Essa foi a resposta de um integrante do Black Bloc do
Recife, mês passado, quando foi indagado por um repórter do Diário de Pernambuco, sobre a aversão que a sociedade tinha por eles. O repórter foi taxativo: a sociedade
tem medo de vocês, ela está contra vocês.
Talvez seja essa áurea de deuses que assola o imaginário dos
profissionais de imprensa e faz com que eles generalizem suas análises, quase
sempre.
Na verdade, a sociedade brasileira sempre teve dificuldade
para atender e entender os “diferentes”. A ferramenta usada contra os
protestos, a violência das autoridades de segurança, foi a pior das opções escolhidas pelo Estado, como solução do "problema".
Nós temos um
péssimo defeito, criticar sem antes analisar.
O uso desmedido da força, somado a uma classe política
fechada ao diálogo e uma imprensa que só enxerga problemas e mazelas no Brasil,
trouxe de volta o movimento adormecido, em cada um de nós, conhecido como Anarquismo.
Reconheçamos! Todos nós temos vontade de fazer o que muitos deles estão fazendo. A diferença entre nós e eles, é que eles não ficam apenas na vontade.
Há várias ramificações anárquicas. A dos jovens brasileiros
precisaria ser melhor estudada. Mas, pelo que parece, o Estado quer na verdade
é acabar com ela, o quanto antes. E é aí, onde está o perigo.
Nos últimos dias, governantes, ministérios públicos e
justiça, vêm desencadeando ações contra os membros do Black Blocs. Exigência de
identificação, proibição do uso de máscaras, proibição de perfis em redes
sociais, entre outras medidas proibitivas. Os mesmos que exigem, dos membros dos Black Blocs, fecham os olhos
para seus próprios pares, delinquentes. A classe política brasileira é o que se pode chamar de Bandida.
Classe política Bandida.
Justiça Bandida.
Imprensa Bandida.
Classe política Bandida.
Justiça Bandida.
Imprensa Bandida.
Quantos políticos, promotores, juízes, profissional da imprensa
desse país, embora com identificação, nome e sobrenome, dinheiro e status, são verdadeiros bandidos?
No Rio de Janeiro, hoje, uma ação da polícia civil prendeu
três administradores da página Black Blocs, no Facebook. Em Recife, o
presidente da Câmara de vereadores, ordenou o fechamento dos portões e portas do
prédio da sede legislativa do município, após a investida de grupo de
manifestantes que pediram para conversar com
uma comissão da casa.
Ao invés de dialogar com eles o Estado quer calá-los?
Ao invés de dialogar com eles o Estado quer calá-los?
Imagine a “casa do povo” fechada, justamente,
para o povo!
Só falta eu ser preso, pelo Estado perceber que esse texto me coloca próximo deles.
Na página do Black Bloc, eles aconselham seus membros a usar
mochilas nas costas, com materiais resistentes dentro.
“É pra proteger contra
os cassetetes. A polícia bate primeiro nas costas”. Diz um dos mascarados.
“Não levem nada cortante. Você não vai ferir ninguém. Só vai
se defender e fugir”. Diz um outro anônimo.
Eles se classificam como: os que vão na frente! Preparados
para levar “porrada” pelos demais manifestantes. A parte mais difícil, mais “suja”,
fica pra eles.
No protesto contra a Globo, em São Paulo, manifestantes
levaram esterco de boi para jogar na frente do prédio da emissora. Os Black
Blocs chegaram e pegaram, com as próprias mãos, a merda bovina e jogaram no
escudo da Globo. Não se contendo ainda, pularam a cerca e destruíram a marca
global presa na parede.
Diferente do que setores da sociedade tem tentado nos fazer
acreditar, os Black Blocs, possuem laços de solidariedade. Eles se auxiliam mutuamente, sentimentos valorizados pelo grupo.
Um outro ponto errado de
avaliação sobre eles, é o que os classificam como "sem ordem".
Aliás, a ausência de
ordem, o extremismo dos anarquistas, não condiz com a realidade desses jovens
do Black Bloc Brasileiro. Pelo menos, ainda não.
Mas o Estado aos poucos com
suas ações excludentes, está fortalecendo-os e deixando-os cada vez mais indignados.
Atacá-lo naquilo que ele
mais abomina, a coerção, é uma perigosa estratégia.
Como o Estado pode garantir a paz agindo com violência?
O diálogo não seria o caminho ideal?
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