Muita gente tem dito sobre a importância de torcer para dar certo. Que possamos todos, até os que não votaram no candidato da extrema-direita, apoiar o novo governo e tentar, de alguma forma, não ser pessimista.
Entenda!
A visão que grande parte da população tem sobre o caráter do novo presidente, é a pior de todas.
Fica difícil torcer por alguém que se autodenominou inimigo dos mais pobres, dos negros, dos índios, da mulher, dos nordestinos, da minoria, dos grupos sociais e populares do país.
Essa sensação de termos um crápula na presidência, não merecedor de créditos, não foi percebida por fake news e nem manipulação da mídia, ou seja lá o que o valha. O sentimento de repulsa que parte da população tem por ele, é nutrida pelo comportamento do próprio político.
Se por um lado ele conquistou admiradores, por outro passou a ser odiado.
O mais preocupante nisso tudo, é que cada vez que ele aparece e fala, aumenta esse sentimento de antipatia e rejeição. Isso se deve porque antes, durante e mesmo agora, após fechada as urnas, o presidente eleito continua com seu discurso idiotizado e ameaçador.
"Amem-no ou serão perseguidos pela mão de ferro e o coturno do novo governo!"
Talvez seja por isso, também, que o assunto mais ouvido nesses três dias após a eleição, é a ideia de que parte da população, infelizmente, não torcerá para esse governo dar certo. Muitos dizem não apoiar um governo marcado por posturas homofóbicas, xenófobas, machistas, racistas e violentas.
Pela primeira vez, desde a redemocratização, o país realmente se dividiu. Um lado não reconhece esse novo governo como seu representante. Essa postura de negação ao novo presidente, se deve ao seu passado, seu presente e, sobretudo às medidas que ele tomará no futuro próximo.
Há a expectativa de que a vida dos mais pobres piore. Há possibilidade da perda de direitos, sociais e trabalhistas, que já foram diversas vezes considerado por ele, NÃO como direitos, mas sim como "privilégios".
Percebe-se, pelos seus discursos, uma insistência em combater adversários, destruir os "diferentes", mandar para "ponta da praia" os que não o apoia.
Por isso o medo passou a imperar no seio da sociedade desde o resultado das urnas no domingo passado. De modo que, as perspectivas que se tem sobre o futuro não são animadoras.
Talvez os seguidores do "mito", os que o elegeram, esses que hoje pedem para torcermos para dar certo, em muito pouco tempo possam ver o grande erro de ter colocado na principal cadeira do país, um homem descontrolado e totalmente insensível aos nossos principais problemas.
Nós avisamos.