Essa semana o mundo lembrou o discurso memorável de Martin Luther King. O sonho do símbolo dos
direitos humanos ainda não foi alcançado, nem nos EUA, nem no Brasil e nem em lugar nenhum no
mundo. Em toda parte, por todos os lados, o preconceito contra negros tem sido
sentido e expressados de várias formas. Talvez a figura do Luther King e seu
discurso não teriam se eternizados não tivesse sido assassinado.
Se nem nos EUA o preconceito contra negros acabou, imagine nos
países pobres do mundo. Na África, por exemplo, tribos inteiras estão sendo dizimadas,
principalmente por serem negros. O mundo sabe pouco o que acontece na África contra os negros.
Por aqui, no mundo "civilizado", há poucos dias, a apresentadora americana
Oprah Winfrey, foi vítima de preconceito em Zurique, na Suíça. Uma vendedora de
uma loja se negou a lhe mostrar uma bolsa, alegando que a peça era muito cara. Dando
a impressão que a Oprah não teria condições para compra-la, por ser negra.
Segundo a apresentadora, a vendedora explicou que a bolsa era um modelo
exclusivo criada para a atriz Jennifer Aniston (branca) e que custava 86 mil
reais. Oprah disse que teve vontade de comprar toda a loja ao som do filme Uma
Linda Mulher. Oprah tem sua fortuna estimada em quase três bilhões de dólares.
Mas afinal, o que faz as
pessoas serem avaliadas pela cor da pele? E o pior: o que faz pessoas acharem
que só quem deva ser bem atendido, ou tenha direitos, ou seja, digno de
respeito, sejam os brancos?
Talvez possamos responder
a essas e outras perguntas analisando o perfil da jornalista Micheline Borges,
que num comentário desastrado, esboçou a opinião de muitos outros jornalistas e
médicos brasileiros. Aquilo que muitos “formadores de opinião” da grande mídia
e representantes de instituições médicas queriam dizer, foi materializado na
postagem da jornalista Micheline Borges.
Dizer que as médicas cubanas tinham "cara de
domésticas" e que médico "geralmente tem postura, tem cara de médico,
se impõe pela aparência", é de uma falta de conhecimento humano
enorme! É preciso saber onde, em que mundo essa jornalista se formou, para
tentar entender tanto preconceito. Não é possível que ela tenha adquirido tudo isso sozinha.
Relacionar
cor da pele com a profissão da pessoa é algo doentio!
Médicos, jornalistas, engenheiros, são
profissões exercidas por brancos de olhos azuis. Domésticas, porteiros, pedreiros, são profissões
exercidas por negros.
Agora mesmo, o Brasil
experimenta algo novo na sociedade. O modelo extremista de fazer protestos está
sendo vinculado ao grupo Black Bloc, que numa tradução para o português seria o
Bloco de Preto. Esse grupo, por enfrentar a polícia, mascarados e de preto,
estão recebendo críticas pesadas por parte da sociedade que não aceita o
comportamento anárquico.
Esquecemos muitas vezes, que esses jovens, mascarados
de preto, são nossos filhos e netos. E que embora estejam de preto, vejam que
ironia, são em sua grande maioria, brancos.
Diante das cenas de
preconceitos que estamos assistindo no Brasil, principalmente contra os médicos
cubanos, será se, ao invés de Black Bloc, esse grupo chama-se White Bloc,
haveria tanta indignação e críticas aos estragos que eles têm provocado na
sociedade?
Outra pergunta para
reflexão:
Se médicos negros brasileiros
fizessem um corredor polonês por onde fosse passar um médico americano branco, e
o chamassem de “branquelo” escravo, será que o Ministério Público não entraria
com uma ação de crime de xenofobia contra os médicos negros brasileiros?
Heimnnn!!!!