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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

José Dirceu, posto atrás das grades duas vezes, pelo mesmo grupo autoritarista, elitizado e excludente



A partir de hoje inicia-se um novo ciclo na vida de José Dirceu. Por determinação da justiça, ele deverá dormir na prisão. Não era [só] isso que setores da sociedade queriam, mas, já é o começo da realização de um plano meticulosamente orquestrado pelos que se vêm donos do Brasil. A prisão de José Dirceu é um marco na história recente brasileira, por ser o primeiro caso pós-ditadura com características de politização explícita da justiça brasileira. Isso não significa que a justiça nunca tenha se pautado política e midiaticamente, ao longo desses quase  trinta anos de democracia, mas, nesse caso, a justiça ultrapassou todos os limites aceitáveis.

A justiça trouxe esperança a uma parcela da elite desse país, os chamados 1% da população (os mais ricos), de voltar a dominar a parcela mais pobre, os chamados 99% (os mais pobres). Pois era assim a relação do poder com as classes subalternas, até 2003. Era de domínio. 

Se eles não podem vencer pelo voto, então que seja pela força. A “queda” de Dirceu fortalece aqueles que sonham em derrotar, ou melhor, exterminar com o partido que ousou mudar as regras do jogo. Antes no Brasil a maior fatia do “bolo” era entregue aos mais ricos, tornando-os cada vez mais ricos. Dirceu foi um dos principais idealizadores do processo da diminuição da desigualdade social do nosso país, posta em prática pelo governo do PT, que levou as mudanças sociais adquiridas nos últimos dez anos.

Na visão dos opositores [midiáticos e partidários] a saída de Dirceu do páreo ofusca a imagem dos outros dois expoentes do partido: Dilma e Lula. No entanto, eu pediria aos barões da imprensa, aos partidos de direita e aos “formadores de opinião” da Grande Imprensa, um pouco de parcimônia. 

Não vale a pena abrir a garrafa de um Romanée, para festejar a “derrota” do inimigo.

Na verdade, a prisão de Dirceu só o fortalece. Não só a ele, mas, as causas da esquerda brasileira e ao redor do mundo. Desde o início do julgamento do chamado Mensalão, tem aumentado o número de pessoas (principalmente juristas e estudiosos de várias áreas) que se dizem perplexos com a forma midiática, tendenciosa e política, com que foi analisado o caso. 

O Mensalão, com o tempo, será visto como um verdadeiro fiasco da área jurídica, no mundo. Os autores de livros que inflamaram ainda mais o caso com suas teses mirabolantes, assim como aqueles que cobriram de confetes os prefácios desses livros, serão motivo de piada no meio literário e jurídico.

Dirceu entra para história como um preso político que por duas vezes foi preso pelo mesmo grupo autoritarista, elitizado e excludente. Preso sem que seus algozes necessitassem dar um único tiro. 

Mas, na ânsia de destruir Dirceu, seus inimigos o estão transformando em herói.

Do jeito que vai, José Dirceu ficará para história, como o brasileiro que os poderosos precisaram calar! O gênio da política precisou ser preso para o bem dos poderosos do Brasil, em especial dos barões da mídia.

Por outro lado, temos que reconhecer o esforço dos "ditadores" da era Lula, que provaram que ainda estão vivos e atuantes. Embora não estejamos em 1954 ou 1964.

Em outras épocas eles conseguiram derrubar Vargas e Jango, retiraram Juscelino e Brizola do páreo e agora, com a prisão do Dirceu, encontrarão  forças para irem para cima de Lula e Dilma?

Conseguirão eles voltar ao poder central e acabar com o PT?

Conseguirão eles calar a mim e a você?

Não sei!

Mas, enquanto existir um Roberto Jefferson, mervais e jabores, doras e catanhedas, reinaldos e neunemenes, enquanto existir meia dúzia de classe média acreditando fazer parte da "zelite" desse país, enquanto no STF existir Ministros que se vislumbrem com os holofotes das câmeras e com os microfones dos jornalistas, haverá de perdurar a vontade de uma minoria afortunada em governar esse país.

Custe o que custar!


2 comentários:

ToDeFerias disse...

São idéias como essas e seus seguidores que dividem o país e aumenta a distância entre os grupos. Essa mania de perseguição e desabonar toda a estrutura não leva a lugar nenhum. As pessoas foram julgadas e condenadas. Deveriam ser ícones para o combate contra a corrupção, algo que não acredito que aconteça.

Anônimo disse...

Fica difícil falar em combate a corrupção quando vemos vários políticos de outros partidos, sendo de forma vergonhosa, protegidos por essas mesmas pessoas da mídia e da justiça, que se vestem de paladinos contra os políticos do PT. Por que? A balança da justiça está quebrada? Será que é tão difícil perceber o quanto setores da sociedade é bondoso com políticos do psdb, dem e pps? Vinte anos de desvio de dinheiro no governo de são Paulo, será que diz alguma coisa?