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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Entre Ciro Gomes e Eduardo Campos, eu fico com...













Votei em Eduardo Campos na eleição de 2006, no segundo turno, para o governo de Pernambuco.  Desacreditado no início da campanha, ele conseguiu a vitória contra o candidato do DEM, principalmente pelo apoio de Lula da Silva. Essa, aliás,  foi a razão pela qual votei nele. 

O apoio de Lula da Silva foi imprescindível.  

Sempre tive desconfiança dos políticos que crescem às custas do espório eleitoral de seus pais e avós.  Eu penso, que o patrimônio político de um homem, construído ao longo de sua história pública, não é automaticamente transmitida para seus filhos e netos, ou melhor, não deveria ser.

Assisti um comício de Ciro Gomes, no Campo de Bagatelle, em 1998 na cidade de São Paulo. Naquela disputa para Presidente da República, ele já demonstrava postura aguerrida, capacidade administrativa e um discurso diferenciado sobre os problemas brasileiros.

Mas havia algumas “pedras” no caminho do Ciro, naquela eleição. Primeiro o apoio maciço da grande imprensa e da elite brasileira a reeleição de FHC, que passava como um rolo compressor por cima de qualquer um que tentasse impedir a continuidade do governo neoliberal. Segundo, havia o fator Lula da Silva, que crescia a cada eleição, mesmo sofrendo preconceito e perseguição de setores da sociedade. E em terceiro, a escolha de Paulinho da Força para ser vice em sua chapa, foi um erro crucial para esvaziar qualquer possibilidade de chance de chegar a presidência.

Eduardo Campos é um bom administrador. É honesto. Qualidade muito escassa, no Brasil, na personalidade de muitos políticos. Mas o neto de Arraes, é ingrato. A ponto de atacar, “expulsar” do partido, eliminar qualquer possibilidade de diálogo, aos que lhe deram a mão.

Lembro do senador Jarbas Vasconcelos, na tribuna do Senado, criticando de forma veemente a mãe do governador de Pernambuco, na ocasião da aprovação do nome de Ana Arraes para Ministra do Tribunal de Contas da União. Diferentemente do que está sendo mostrado pelo PSB, na política não vale fazer de tudo para se chegar aos objetivos.

Ciro Gomes tem pensamento criterioso e certeiro sobre fatos da política e sobre políticos. É do tipo que não manda recados. Seus críticos o acusam de falar um dialeto indecifrável. “Eles” sempre utilizam essa tática. Desclassificar, diminuir, se fazer de “não entendi nada”. É a arma usada para desmerecer qualquer um que fale, o que “eles” não querem que seja dito. Lula e Dilma, também são vítimas dessa artimanha.

Na posse de Lula em 2003, Ciro foi protagonista de uma cena que ficará marcada para história da república. Bem ao seu estilo (na política, nem tudo é válido), ao se enfileirar para apertar as mãos dos ministros do governo que estava saindo, ele passou direto pelo então presidente FHC, se negando a aperta-lhe a mão.   Nada mais coerente, diante do que pensava e falava, dos oito anos de governos tucano.

Eduardo, pelos fatos que tem ocorrido, parece acreditar que vale tudo para chegar ao poder central. O partido do governador ao se aproximar de partidos e de políticos de direita, corre o risco de perder sua identidade. Um outro ponto que precisa ser melhor analisado é o partido querer colocar para o Brasil, que as conquistas obtidas por Pernambuco, ao longo desses anos, são devidas unicamente a “extraordinária” capacidade de gestão do neto de Arraes.

Querer esconder o apoio de Lula da Silva e Dilma Rousseff nessas conquistas, não é só ingratidão. Demonstra pouca inteligência.

Pelo que parece, Ciro Gomes teve capacidade suficiente para reconhecer isso.

Entre um e o outro, eu escolho Dilma Rousseff. 

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