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sexta-feira, 12 de outubro de 2018

Texto nota 10


Texto de Abner Tofanelli - via Henrique Henrique Dias Alves

Alguém que chama mulher de vagabunda, é machista. Quem diz que prefere a morte de um filho a saber que ele é gay, é homofóbico. Quem fala de peso de negros em arroubas, é racista. Quem diz que nada entende de economia não pode postular a presidência de um país. É ignorante. Quem defende que índio tem de evoluir e adotar costumes dos outros, os nossos, dos brancos civilizados, comete etnocentrismo. Quem defende que uma ditadura como a chilena deveria ter matado mais, achando três mil assassinatos pouco, é um monstro. Quem já pregou o fuzilamento de adversários políticos, como o de Fernando Henrique Cardoso, e o fechamento do Congresso Nacional, não é um democrata.

Quem defende tortura e execução sumária de criminosos, não acredita em Estado de Direito. Prefere a lei do mais forte. Coloca a vingança acima do Direito. Legitima a barbárie. É um perigo para a democracia. Quem afirma que o erro da ditadura brasileira foi não ter matado mais, é psicopata. Quem sente saudade de ditador e dos momentos mais repressivos de um regime hediondo de exceção, é perverso. Quem tem torturador notório como herói, não é Brilhante em coisa alguma. Quem aceita que mulher pode ganhar menos pelo mesmo trabalho feito por homem, é misógino. Quem diz que não estupraria uma mulher por ela ser feia, derrapa duas vezes: admite e compreende hipoteticamente estupro de mulher bonita; revela-se grosso, vulgar, rasteiro e estúpido. A maioria de quem o apoia, está indignado com a situação do Brasil (assim como eu), mas quem o apoia, involuntariamente ou não, está apoiando toda a onda de ódio e as barbáries (e olha que essas são públicas, imagine as que nunca soubemos) que esse texto acabou de abordar. Lembrem-se que a pior cegueira é daquele que não quer ver.

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