Conversei com Paulo Nogueira algumas vezes. Era uma honra tratar de assuntos com o MAIOR JORNALISTA que tive oportunidade de conhecer.
PN, como era chamado no Diário do Centro do Mundo - DCM, site que ajudou a criar e que tem a sua marca, era um profissional inteligente, íntegro e acima de tudo, um apaixonado pela sua profissão.
Incapaz de manter laços amigáveis com quem quer que seja, para obter furos jornalísticos. Ele sempre dizia que a profissão de jornalista era, sem dúvida, solitária. Que não dava pra ser amigo de políticos ou juízes, por exemplo.
Que ao escolher o jornalismo como profissão, optou também por viver longe daqueles que um dia, poderiam ser alvo de seus textos.
PN lutou contra o jornalismo burguês empregado no Brasil. Conhecia as empresas golpistas como ninguém. A folha, veja, "grobu" e estadão, as 4 irmãs siameses a serviço da elite escravocrata brasileira. Atacou coerentemente o jornalismo patronal. Aquele o qual os pseudos jornalistas escrevem o que seus patrões determinam.
PN era a razão. O ponto de coerência do jornalismo brasileiro. Quando não havia explicação plausível sobre um determinado assunto na política brasileira, bastava uma visita no DCM. Em seus textos encontrávamos respostas para nossas dúvidas.
O Brasil perde um grande brasileiro. Um desses difícil de
encontrar na política, na justiça e principalmente na mídia.
PN era o que se
pode chamar, de um dos últimos “moicanos” do jornalismo.
Seu desejo, e ele lutou
para isso por meio de seus textos, era um Brasil escandinavo. Um Brasil onde não
pudéssemos medir, de tão baixa, a desigualdade entre ricos e pobres.
Joseph Pulitzer tantas vezes tomado como referência em seus textos, certamente ficaria orgulhoso se
tivesse conhecido o PN. Um profissional que respeitou a profissão de jornalista
como poucos, aqui no Brasil.
Agora os dois, Joseph Pulitzer e Paulo Nogueira,
poderão juntos, quem sabe, servir de exemplo para os novos profissionais no
respeito à notícia, na ética e na importância de contribuir e batalhar por uma
sociedade mais justa e menos desigual.
Valeu, PN! Obrigado pelos belos textos.
Que no céu tenha uma máquina datilógrafa em cima de uma mesinha,
esperando por você.
"Quem acredita nisso, acredita em qualquer coisa".
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