Hoje estou me sentindo regozijado.
Ao ler o texto de demóstenes torres, tratando de assuntos relevantes, sobre [ou seria melhor dizer] CONTRA caiado, agripino e perillo, tive uma sensação de que os ventos, finalmente, passaram a soprar a favor da verdade.
Não nutro nenhuma admiração por demóstenes, mas, não posso deixar de admirar um homem quando ele resolve ser honesto e falar a verdade. Ainda que este homem seja um mau caráter como demóstenes torres.
O que dizer de uma pessoa que consegue chegar ao Senado Federal, representante de um Estado da Federação, e mesmo assim, resolve se vender. Prefere, de ser a voz de um povo a ser um office boy de um bicheiro. Um homem que não honrou os votos que lhes foram confiados. Que escolheu ser um "lambe-botas" de um contraventor do jogo do bicho.
Mas hoje demóstenes conseguiu dar exemplo de honradez!
Confesso que jamais imaginei reconhecê-lo como uma pessoa digna. Não depois de tudo aquilo que ele protagonizou no Senado.
Mas, com esse texto, publicado nesta terça no Diário da Manhã, ele conseguiu fazer com quê passássemos a olhá-lo de forma diferente.
O ex paladino da revista veja, aclamado pela mídia conservadora de o melhor senador da república, por um momento hoje, deu um exemplo de civilidade e respeito a democracia, antes tão maltratada por ele.
Quisera que o demóstenes honrasse a todos aqueles que ele enganou e resolvesse falar o que sabe.
Seu recado, ao também mau caráter ronaldo caiado, ficou bem entendido por todos. 👇
"Continue fingindo que é inocente e lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para delator"
O que há mais, para demóstenes nos dizer, sobre caiado, agripino e perillo?
Por esse texto abaixo transcrito, por tudo o que nele há de esclarecido e subentendido, o troféu A Pessoa de Hoje, vai para: Demóstenes Torres.
Nitroglicerina pura!👇👇
Ronaldo Caiado: uma voz à procura de um cérebro
"Fiz uma opção íntima, à partir das turbulências que enfrentei ,
de permanecer em silêncio até que a justiça desse o veredito final e me
aclamasse inocente, como de fato sou. Já obtive duas liminares no STF e
uma no STJ, suspendendo os processos contra mim, porque, na verdade, fui
vítima de um grande complô, que , ao final, será desnudado. Jamais
desejei vir a público expor meu enredo antes que houvesse uma decisão
definitiva sobre a licitude da prova contra mim forjada e mesmo sobre o
conteúdo desta ,ou seja, não me recuso a enfrentar o mérito das escutas,
ainda que elas sejam ilegais.
Sofri toda espécie de acusação, pilhagem intelectual e moral, deserções e contrafações, a tudo resisti porque as esvaziarei.
Mais que as decisões de instâncias superiores, há várias verdades
iniludíveis. Jamais fui acusado de desviar qualquer centavo público:
ninguém diz que roubei valores de estradas, pontes, hospitais,
escolas... Nada.
Uma perícia realizada pelo próprio Ministério Público, e jamais
oficialmente divulgada, assevera que eu poderia ter um patrimônio 11 por
cento maior do que possuo; prova de que não há enriquecimento ilícito,
que o apartamento que financiei junto ao Banco do Brasil teve todas as
parcelas pagas em débito de conta corrente, cujo único abastecimento é o
salário que percebo e com mais 27 anos de prestações restantes. A
insinuação de que tinha conta corrente no exterior sucumbiu, nada sequer
passou perto de ser comprovado e nas garras da imprensa continuo, vez
por outra, sendo arranhado. Aliás, todos os membros do Ministério
Público que me molestam têm um padrão de vida superior ao meu e muitos
com gostos idênticos. Não os acuso de nada, mas por que então o que eles
possuem é legal e o que eu tenho não?
A acusação que pesava contra mim era ser amigo de Carlos
Cachoeira. Era não, sou. Não vivo como Lula e José Dirceu, nem como um
monte de hipócritas. Não devo e não temo.
Clamei da tribuna, que me investigassem, que me dessem o direito
de defesa e do contraditório, tudo em vão. Em um processo sumário fui
execrado e humilhado, o que não acontece com os parlamentares envolvidos
na operação lavajato , que contribuíram para o desvio de bilhões de
dólares dos cofres da Petrobras. O PT e os governistas me enxovalharam
no intuito de melar o julgamento do mensalão. O PSDB resolveu salvar
Marconi Perillo, que gastou uma fortuna dos cofres públicos para custear
sua absolvição. Os "éticos" do Senado viram uma oportunidade para se
livrarem de quem os retirava do noticiário cotidiano nacional. O Judas
Ronaldo Caiado reinventou a tese de que não existem traições de pessoas e
sim de princípios e que para isso estava autorizado a qualquer coisa
com algum alcance moral, inclusive trair, à semelhança de Hitler,
Mussolini, Stalin e tantos outros degenerados. Viu aí uma oportunidade
para soerguer-se politicamente. Bastava afundar-me no buraco e,
prazenteiramente, o fez.
Hoje, lamentavelmente, saio do ostracismo a que me tinha
recolhido para enfrentar declarações dadas ao "painel" da revista Veja,
em que o senador por Goiás, Ronaldo Caiado, afirma que sou uma grande
decepção em sua vida e um traidor.
Confesso que surpreendi-me. Ronaldo fez uma campanha em que
aproveitou meu número, 251, e o meu slogan "defender Goiás". Jamais fez
qualquer pronunciamento sobre mim, mesmo na presença de correligionários
seus que às vezes me atacavam entendendo que isso granjearia votos
junto à claque.
Nesse período, mandou vários recados na tentativa de
"tranquilizar-me", sem obter resposta e num dia, quando não era ainda
candidato, encontrou-me num estabelecimento comercial chamado "Jerivá",
quando eu saía do banheiro, e tentou conversar comigo, bem risonho, o
que mereceu uma esquiva de minha parte.
Ronaldo é um mitômano e tem um comportamento dúbio, às vezes
tíbio, às vezes dissimulado. Na tribuna oscila. É sintomático o caso
Garotinho. Ronaldo o acusa de formação de quadrilha, é o que está
unicamente nas redes sociais; Garotinho o acusa de ser traíra por ter me
abandonado; Caiado volta à tribuna e pede arreglo à Garotinho. Os dois
últimos vídeos desapareceram das redes sociais.
Mas, enfim, Caiado se passava como uma espécie de irmão mais
velho pra mim, falava da afinidade de nossas teses, que era um
conservador não beligerante, pra isso não poupando sequer seus
antepassados, e que desejava um futuro liberal para o Brasil.
Ronaldo, fazia sim, parte da rede de amigos de Carlos Cachoeira,
era , inclusive, médico de seu filho. Mas não era só de amizade que se
nutria Ronaldo Caiado, peguem as contas de seus gastos gráficos, aéreos e
de pessoal, notadamente nas campanhas de 2002, 2006 e 2010, que
qualquer um verá as impressões digitais do anjo caído. Siga o dinheiro.
Caiado não ousou me defender, me traiu, mas, em relação a
Agripino Maia, figura pouquíssimo republicana, disse que ele merece o
benefício da dúvida. Poucos sabem, mas o político potiguar e seus
companheiros de chapa em 2010 foram beneficiados pelo "esquema goiano",
com intermediação de Ronaldo Caiado.
Ronaldo Caiado é chefe de um dos mais nocivos vagabundos de
Goiás, o delegado de polícia civil aposentado, Eurípedes Barsanulfo, que
era o melhor amigo de Deuselino Valadares, o delegado de polícia
federal que fez um "relato", segundo "Carta Capital", onde me acusava de
ser beneficiário do jogo do bicho. Esse relato jamais apareceu
oficialmente, mas serviu para que o PSOL dele se utilizasse para
representar-me perante o conselho de ética do Senado. No final do ano
passado, o jornal Diário da Manhã de Goiânia , publicou uma matéria
assinada em que acusa o dito delegado de ter forjado o documento a mando
de um seu chefe político. Quem era ele? Ronaldo Caiado, todos sabem.
Aliás, Eurípedes Barsanulfo, este sim, era prócer das máquinas
caça-níqueis em Goiás. Ronaldo uma vez, inclusive, me pediu para
interferir junto a Carlos Cachoeira para ampliar a atividade de
Eurípedes no jogo ilícito. Simplesmente, disse a ele, como era verdade,
que desconhecia a prática de ilicitudes por parte de Cachoeira.
Ronaldo Caiado é um oportunista. Muitos que vivem fora de Goiás
devem imaginar que ele é um coerente, uma figura emergida dos anseios
das ruas, um puritano. Qual o quê! Na atividade política é um
profissional de lupanar. Dois fatos podem elucidar seu caráter de
Fouché. No primeiro, em 2006, Caiado me incentivou a ser candidato a
governador. Quando minha candidatura fez água, ainda em agosto, ele pode
ser visto acompanhando tanto o candidato Maguito ,quanto o outro,
Alcides. No pior declínio moral, chegou a ser filmado no palanque da
candidata Vanusa Valadares, mulher do hoje prefeito Eronildo Valadares
em Porangatu. Portanto, quadrúpede que é, tinha suas patas,
simultaneamente, em 3 canoas.
Ano passado sua degradação se expandiu. Ronaldo Caiado ,no afã de
ser candidato a Senador ao lado de Marconi Perillo, foi atrás de Aécio
Neves e Agripino Maia(este dependente financeiro de Perillo) para que
eles compusessem a chapa com coerência nacional, apesar de todo
histórico de desavenças com o carcamano. Um pouco mais vexatório, mandou
a própria esposa num evento na cidade de Americano do Brasil, onde a
apedeuta, além de usar a palavra, pregou o voto em Perillo, alegando que
ele era um grande estadista e que esperava sua reeleição para o bem de
Goiás. Relembre-se: quem teve negócios com Cachoeira foi Perillo, eu
não.
Resumo da ópera: o tenor recusou os apelos da mezzosoprano e
mandou o barítono procurar rumo. Ronaldo acabou nos braços de Iris
Rezende a quem tinha acusado ,toda a vida, de ser um corrupto diante do
qual os demais se afigurariam "trombadinhas".
Nessa sua linha vesga de assinalar uma coisa e fazer outra,
Ronaldo Caiado deseja a extinção do DEM a fim de se filiar ao PMDB de
Íris Rezende por um motivo muito simples: ambiciona estar em uma
agremiação que lhe dê estrutura para disputar o governo de Goiás. Na
fusão do DEM com o PTB irá para o PMDB, possibilidade
constitucionalmente aceita de adesão partidária. Irá, oficialmente, se
opor. Parecerá até o fim um coerente, um habanero puro. Seguirá as
ordens de seu chefe político ACM Neto, que financiou sua última campanha
em Goiás e que lhe assegurou, caso perdesse a eleição, o confortável
posto de secretário de saúde em Salvador, em cuja região Caiado costuma
passar suas férias às expensas da empresa OAS.
Quem pensa que Ronaldo Caiado é espontâneo se engana. Tudo é
meticulosamente calculado. Por que ele não veio para as ruas de Goiânia
na passeata e preferiu São Paulo? Porque em Goiânia seria vaiado. E por
que São Paulo? Porque era mais fácil de mentir. O desafio a mostrar uma
filmagem dele no meio dos manifestantes na avenida Paulista em São
Paulo. Só aparecem coisas periféricas. Tirou uma fotografia com uma
camiseta fascista - não porque Lula não mereça vaias, as merece mais que
os demais- e deu motivos para uma gritaria justa em favor de um
injusto. Como é do seu caráter, estava simulando caminhar na passeata.
Nesse aspecto , se assemelha ao Deputado Federal goiano Giuseppe Vecci
que participou da passeata em Goiânia por ser um ilustre desconhecido,
apesar de eleito. Ironia: Vecci desfilou porque é uma nulidade da
sombra, Caiado se absteve por ser uma do sol. Parece que o
tesoureiro-mor,Jaime Rincon, chefe da agência goiana de obras públicas,
também fez evoluções pela passarela.
Ronaldo Caiado foi um dos relatores da reforma política na Câmara
dos Deputados, sempre alegou que sua motivação era a coerência
política, que a prática demonstrou não ser o seu forte. Ele diz que
gostaria de ter um embate com Lula na eleição pra presidente da
república. Eu acho que seria ótimo, os dois se equivalem moralmente. Um
já foi desmascarado , o outro poderá sê-lo amanhã.
Um dia, no meu escritório político no setor sul, em Goiânia,
houve um telefonema entre Ronaldo Caiado e o hoje conselheiro do
Tribunal de contas dos municípios de Goiás, Tião Caroço. Este trazia uma
notícia que transtornou o Senador, que disse então aos berros: "avisa
ao Marconi que eu vou resolver com ele da forma que ele quiser, no
braço, na faca, no revólver". Esse episódio se tornou público e gerou os
maiores desgastes para o fanfarrão, que pra minha surpresa repeliu
tudo. Um dia, me contando a história, negou que havia falado isso, se
esquecendo que eu era a testemunha ocular.
Pois agora, Ronaldo Caiado, quero ver se você é homem mesmo. Nos
mesmos termos que você mandou oferecer ao frouxo Marconi Perillo, eu me
exponho.
Me lembro da veneração ,que quando criança, meu pai tinha pelo
grande Emival Caiado e pelo seu pai o advogado Edenval Caiado, que se
envergonharia de ver que um filho seu foge à luta.
Você diz em seus discursos que Caiado não rouba, não mente e não trai. Você rouba, mente e trai.
Talvez o meu silêncio tenha sido entendido por você como um
sinônimo de covardia, de pusilanimidade. Essas palavras não existem no
meu dicionário. Não posso dizer que você seja um mau-caráter, pois você
simplesmente não o possui. É , na verdade, um espécie de Zelig
oportunista e bravateiro.
Você deveria ir pra Brasília em seu cavalo branco, estacioná-lo
na chapelaria do Senado e subir à tribuna para fazer o que já faz:
relinchar, relinchar.
Me deixe em paz Senador. Continue despontando para o anonimato. É
o seu destino. Não me move mais interesses políticos. Considero vermes
iguais a você Marconi Perillo e Íris Rezende. Toque sua vida, se fizer
troça comigo novamente não o pouparei. Continue fingindo que é inocente e
lembre-se que não está na sarjeta porque eu não tenho vocação para
delator. Tome suas medidas prudenciais e faça-se de morto.
Ano passado deu-se o centenário do nascimento de Carlos Lacerda e
uma horda de hipossuficientes passou a rotular a qualquer um de
lacerdista, que para eles é apenas alguém estridente e barulhento.
Ronaldo Caiado diz que se inspira em Lacerda.Mentira, Lacerda foi
tradutor de Shakespeare, foi o primeiro brasileiro a romancear um
quilombola, falava e escrevia como um clássico. Demoliu presidentes e
adversários. Eleito governador foi sem sombra de dúvidas o melhor gestor
da Guanabara. Ronaldo Caiado jamais conseguiu terminar de ler um livro.
Por sua formação francesa, o mais perto que chegou do fim foi" o menino
do dedo verde" , mas o achou muito "profundo". Ronaldo Caiado é só uma
voz à procura de um cérebro".
Demóstenes Torres é ex-senador e procurador de Justiça
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