Após 34 anos de sua morte, pelo que parece, o Brasil terá a
possibilidade de esclarecer o mais covarde ato cometido a um ex-presidente da
república, do nosso país. A exumação do corpo de João Goulart, solicitado pela Comissão
da Verdade, colocará um ponto final a uma história manchada de sangue, dor e
vergonha nacional. Morto em 1979, em situação duvidosa, Goulart, pode ter sido
envenenado, sob ordem do regime autoritário que dominava o país desde 1964.
Jango, como ficou conhecido, escolheu abandonar a presidência
da república e sair do país, devido ao golpe militar apoiado por setores da
imprensa, da elite conservadora, setores da igreja, dos governos de São Paulo e
Minas Gerais e principalmente do governo dos EUA. Temendo um derramamento de
sangue sem precedentes na história do Brasil, Jango, saiu em silêncio do país e
refugiou-se em países vizinhos.
Grande foi o alvoroço!
No Congresso nacional, políticos
apoiadores do golpe, diziam: “Jango, acovardou-se”. A cidade do Rio de Janeiro
sitiada, a frota americano posicionada nas costas marítimas do
estado do Rio de Janeiro com seus canhões apontados para a capital do país,
aviões de guerra americanos taxiando nos aeroportos brasileiros e os
verdadeiros inimigos da nação, se revezavam no plenário do congresso para de
forma eloquente, bradarem que o Jango, fora covarde ao não combater o golpe.
Que heroísmo maior em um líder buscamos que sua
generosidade e sensatez, de abdicar do poder por respeito e, sobretudo, amor ao
seu povo!
A queda de João Goulart, resultou em 21 anos da mais
demorada ditadura da América do Sul. Um dos períodos mais sangrentos da história
do Brasil. Após 15 anos no exílio, mesmo já consolidado o regime autoritário, o
poder (pelo que tudo indica), o silenciou de vez.
Esse grande brasileiro, que na época, ousou fazer diferente, decidiu ir de encontro aos projetos e planos estabelecidos pelos EUA para o
Brasil, determinado(!), acreditou que o caminho para o nosso país, seria uma
política de diminuição da desigualdade social, do fortalecimento do trabalho
agrário, do apoio ao pequeno agricultor, da divisão da terra aos
latifundiários, um comércio internacional com outros países fora o eixo EUA e
Europa.
Diante dessas movimentações do governo Jango, os EUA, sempre atentos
aos acontecimentos na região, a qual o governo americano, sempre considerou
como seu quintal; o governo americano, tomou a decisão de financiar o golpe no
Brasil. Vender a ideia aos generais, receber apoio do grupo oposicionista,
pagar a setores da imprensa para pôr em prática um movimento de manipulação do
povo.
Pronto! O golpe estava instalado.
A história sobre Jango, deveria ser apreciada com mais zelo.
Estudantes brasileiros deveriam analisá-la com mais propriedade, confrontá-la
com o nosso dia-a-dia. A análise dos fatos, sem sobressaltos, faz com que
gerações inteiras não cometam os mesmos erros das gerações passadas. Hoje, no
entanto, não há possibilidade para que ocorra outro golpe! Pelo menos, não um golpe
militar. Vivemos num país que tem uma democracia pujante, que a cada ano que
passa vai se tornando mais e mais consolidada.
Mas, se fôssemos confrontar hoje, o papel dos entes sociais que
apoiaram o golpe em 1964?
Será que a imprensa tem capacidade de provocar um
golpe? Seria o chamado, golpe midiático! E a elite conservadora, a igreja, os
governos de São Paulo e Minas Gerais? E um Congresso Nacional fascista, junto com a nossa INJUSTIÇA e os EUA? Teriam capacidade e coragem para financiar um novo golpe
no Brasil?
Quem viver, verá!
Um comentário:
Bom dia companheiro! Sou repórter do jornal Zero Hora, gostaria de usar seu texto em meu caderno de política. Tudo bem?
Agradecido =)
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