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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Vez em quando a morte nos surpreende.


Embora saibamos ser natural, que todos nós teremos que passar um dia, mas, a morte sempre nos surpreende.

Ela chega sorrateira, nos dando um único motivo, nos dando os mais insignificantes motivos, para levar aqueles que amamos.

Não importa qual seja a forma ou o que podemos fazer para impedir, ela os leva e deixa um rastro de dor e desesperança.

Após muitos anos, tinha esquecido do sentimento que paira os velórios. A penumbra que envolve esse lugar.

Aquela sombria sensação de perda e de certeza do quanto todos nós somos mortais. Hoje relembrei, infelizmente, aquele cenário sombrio e silencioso. Um lugar onde, mesmo em meio a uma multidão, sentimos uma solidão inexplicável. Mas, com certeza, um poço de aprendizagem e de reflexão.

É possível tirar lições edificadoras em um velório? Claro que sim.

É lá que percebemos o quanto somos iguais e ao mesmo tempo, o quanto “não somos ninguém!" 

O quanto a vida vale tanto e num instante, não vale coisa alguma!

Um local, em que não importa se o anfitrião é rico ou pobre, negro ou branco, homem ou mulher...  Ele vai está ali sem poder dizer absolutamente nada. Indiferente aos gritos e gemidos que vez em quando são sussurrados pela sala.

Um lugar propício pra se pensar sobre a vida vivida e o fim dela. 

É impossível não se perguntar: quando será minha vez? O que tenho realizado para o tão inesperado e decepcionante encontro?
 
Tantos que se vêm melhores que os outros. Pobres soberbos! Há tanto o que aprender num velório.

Um lugar onde as lágrimas são derramadas e a alma fica nua. 

É lá que as máscaras caem e não há maquiagem no mundo que esconda o rosto inchado, por horas de planto derramado.  

A tristeza é melhor do que o riso, porque o rosto triste melhora o coração. Eclesiástes 7:3

No fim de tudo, fica o luto para os mais próximos.

Que dor! 

Procurar o ente querido entre os vivos e não mais tê-lo. 

Só quem passou é quem sabe. Só um coração contrito sabe a dor de um filho pela mãe ou pelo pai. Só quem experimentou o amor e a dor da perda pode se colocar no lugar dos que, verdadeiramente, sofrem num velório.

Um lugar onde não há espaço para encenação. Tudo é muito real e dolorido. 
Um lugar onde as pessoas deveriam comparecer, de vez em quando.

Hoje, mais uma vez a vida ensinou, por meio da morte, conceitos que só num velório se consegue enxergar.  

Nossa! Como somos frágeis!

E o quanto precisamos aprender mais com a vida e com a morte. 

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