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quarta-feira, 24 de julho de 2013

O isolamento de Dilma?



A presidente Dilma Rousseff tem encontrado problemas na condução dos projetos que precisam ser votados no Congresso Nacional. O estilo duro da presidente leva deputados e senadores, acostumados com práticas antidemocráticas e não muito civilizadas, a não votarem as propostas importantes para melhorar a vida do povo brasileiro. O Congresso há muito tempo, se transformou num enorme balcão de negócios. Dezenas de empresários e lobistas circulam livremente no plenário, tratando de questões estritamente de interesses particulares com os senhores parlamentares.

Ao longo dos anos, verificou-se a falta de compromisso por parte dos parlamentares, no que se refere as necessidades e solicitações do povo. As casas legislativas, de todas as esferas governamentais, investem mais em causas próprias, dos seus membros, apadrinhados e amigos empresários. Só pra se ter uma ideia, segundo a Revista Isto É, dessa semana, o custo mensal de um deputado em 1986 equivalia a 33 salários mínimos. Hoje são precisos 203 salários mínimos mensais, para manter cada parlamentar no Congresso Nacional na “árdua” missão de legislar suas próprias causas.

Há problemas nos poderes executivos e judiciários por todo o país. Mas, os grandes responsáveis pelas mazelas da corrupção no Brasil estão nas casas legislativas.

Acostumados com a política do “toma lá dá cá”, parlamentares tem pressionado a presidenta Dilma, tomando posição contrária as solicitações enviadas pelo executivo. Um exemplo, mais que oportuno lembrar, foi a votação da PEC dos portos. Mesmo sendo uma proposta, dita por vários especialistas, capaz de mudar a caótica situação dos portos brasileiros, melhorando o fluxo de mercadorias, aumentando a capacidade de logística do país, mesmo com todas as vantagens da Proposta de Emenda Constitucional, vários deputados e senadores foram contrários a proposta. Partidos políticos, inteiros, votaram contra.

O caso da redução da conta de luz foi outro momento emblemático na relação entre a presidente e o Congresso Nacional. E que devemos levar em conta nas próximas eleições. Partidos políticos, governadores de estado e parlamentares, foram contra a redução da conta de energia, em decorrência de interesses de contratos celebrados a dez ou quinze anos, com concessionárias de energias, os quais em nada favoreciam o país e o povo brasileiro. 

Pra muitos políticos, interesses de empresários se sobressaem aos interesses dos eleitores, do povo e do Brasil.

Agora estamos diante da negação de alguns partidos e políticos ao projeto “Mais Médicos”. O mesmo discurso proferido contra o ENEM, as Cotas Universitárias, o Bolsa Família, estão sendo novamente inflamados na tribuna do Senado e da Câmara. Políticos que nunca tiveram o incômodo de precisar de um atendimento médico no SUS, nunca precisaram ter que esperar seis meses ou um ano, para ser atendido num posto de saúde ou hospital público, são esses mesmos políticos que se dizem contra a proposta do Mais Médicos. 

Outro assunto que tem sido alvo dos parlamentares é a necessidade da redução dos 39 ministérios de Dilma. Sobre esse assunto eu já escrevi em:


 “... Microempresa, Cidades, Política para as mulheres, Igualdade racial, Pesca e aqüicultura, Desenvolvimento agrário e Aviação civil. Todas elas estão diretamente ligadas a uma parcela da sociedade que fora, durante séculos, excluída dos projetos do Brasil. Todas as novas secretarias estão ligadas a classe pobre que, nos últimos dez anos, ascendeu à classe média...”

Cada país tem o Congresso que merece. No caso do Brasil, a oposição ferrenha ao governo Dilma, está dentro do congresso e principalmente fora dele. Uma parcela significante da imprensa conservadora, faz jus a definição de partido de imprensa golpista (PIG), tão escancaradamente propagado pela blogosfera. 

Como se não bastasse tudo isso, ainda tem o “fogo amigo!”. Há ministros, deputados e senadores da própria base governista, até mesmo do próprio PT, que insistem em fazer pose para as câmeras dessa mesma imprensa, que sofre de dupla personalidade (imprensa e partido político). Essa busca pelo microfone do PIG, travada por muitos parlamentares, faz com que homens públicos se percam ainda mais, se distanciando do objetivo pelo qual foi eleito.

O governador do Rio de Janeiro, por exemplo, está pagando um preço talvez maior do que ele deva, por ter tentado agradar essa mesma imprensa. Sergio Cabral andava muito preocupado sobre “como a imprensa brasileira lhe via”. O resultado é que não há um dia sequer, em que o governador não seja enxovalhado  pela imprensa que ele quis agradar. Quer saber: bem feito!

Político não tem que ficar querendo agradar a imprensa! Não tem que está sendo “pau mandado” de empresário, lobista, bicheiro, bandido, vigarista ou vagabundos “colunistas” de revistas e jornais! Político tem que ficar atento aos clamores das ruas, aos pedidos do povo, as necessidades do país. É nesse ponto, em que Dilma se diferencia da maioria dos políticos em atividade.

Dilma não tem associação com o mal feito, com a corrupção, com o que favoreça mais/apenas os ricos. Dilma, pelo que parece, não está preocupada em agradar a imprensa. O compromisso do governo Dilma é, principalmente, com a diminuição do grande hiato da desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres. Talvez seja por isso, a grande perseguição que ela tem sido vítima e a quebra do compromisso com o povo e com o país, ao qual alguns políticos e até partidos políticos, tem demonstrado.

Um presidente deve ser punido por querer melhorar a vida do seu povo, principalmente, dos mais pobres? 

Essa aliás, é a marca dos anos de governo do PT. Desde a gestão de Lula em 2003, a maioria das PECs, projetos, ações governamentais, tiveram como “pano de fundo” o objetivo claro em atender os mais necessitados. É claro que existe políticos, empresários colunistas, que "não sabem" da existência de pobres no Brasil. Muitos desconhecem essa realidade! Mas, Dilma, não.Pra ela, pelo que demonstra, isso é mais que um compromisso! Esse sentimento de Brasil, a capacidade de entender as necessidades e a empatia com o povo, são traços nítidos da presidente Dilma, que infelizmente não contagia a todos os políticos do Congresso Nacional.    

Fazer o que?

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