Essa semana a imprensa pernambucana, se espantou com a decisão
de Jarbas Vasconcelos, em abrir mão de tentar a reeleição para o Senado.
Embora o
partido do senador (PMDB) e o próprio governador Eduardo Campos, deixassem que
ele próprio resolvesse, Jarbas optou por não ser candidato ao senado federal. Talvez tente uma vaga para a Câmara Federal.
Essa decisão foi, antes de tudo, muito bem pensada e transmite ao eleitorado, a sensação de medo do senador de ter o mesmo destino de tantos outros
políticos esquecidos nas urnas.
Jarbas sabe o que
aconteceu com o Marco Maciel e Roberto
Magalhães, por exemplo, que mesmo com uma carreira política invejável [prefeito, governador, senador, vice-presidente da república], simplesmente não
conseguiram se eleger embora tivessem um enorme espaço na mídia nacional e
principalmente local.
Na sua altivez, Jarbas Vasconcelos provavelmente não
avaliou os motivos e razões que estão levando-o a quase um ostracismo em seu reduto
político. Incapaz de reconhecer que suas novas bandeiras e algumas questões
defendidas por ele no senado vieram de encontro ao que o eleitorado esperava de seu representante.
Jarbas frustrou, de certo modo, alguns de seus eleitores.
Decidiu seguir o mesmo caminho trilhado por outros políticos,
contra o projeto do governo Lula da Silva e agora contra o projeto do governo Dilma Rousseff. Muitos dos seus discursos
em plenário e votações contrárias a projetos criados com o objetivo de beneficiar
os mais pobres, chegou muito mal ao conhecimento dos pernambucanos.
A história mostra que somos um povo que não toleramos os descasos
políticos, o discurso falso, a tomada de decisão contrária aos anseios
populares. O pernambucano é, acima de tudo, consciente da importância do seu voto.
Na verdade, muitos de nós não estamos satisfeitos com esses
últimos anos de representação do senador pernambucano.
Demóstenes Torres, Arthur Virgílio, Heráclito Fortes, Tasso
Jereissati, assim como Jarbas, são exemplos de políticos que se esvaíram da
política, a partir de seus discursos, de suas ideias, do que acreditavam e
ainda acreditam, do ódio ao Lula da Silva, da soberba, da falta muitas vezes de
humildade, de não reconhecer virtudes em seus adversários/inimigos políticos,
do discurso rasteiro.
Houve dias, assistindo à TV Senado, que me perguntei "o que o senador Jarbas estaria fazendo ali(?)". Sempre carrancudo, mal-humorado, distante do que se espera de um senador da república. Na maioria das vezes que usou o plenário, apresentou um discurso contra os governos do Eduardo Campos, do Lula da Silva e da Dilma Rousseff.
Fica difícil acreditar num político que discorda sempre.
Não há um governo no mundo, seja ele de qual sistema governamental for, que não tenha falhas. Mas que também não tenha acertos.
Por isso, por não reconhecer virtudes dos oponentes, há outros políticos que estão na mira dos eleitores esse
ano. Acho muito difícil que Álvaro Dias, Mauro Solto, Carlos
Sampaio, Sergio Guerra, José Agripino, Ronaldo Caiado, Roberto Freire, entre outros, inclusive o Jarbas Vasconcelos, possam se
eleger/reeleger ao Senador da República. Para Deputado Federal ou Estadual, ainda
vai, mas para o Senado será difícil.
Dona Sisí, uma senhora de oitenta e cinco anos, costuma dizer: se gosta tanto assim, elege ele para prefeito de tua cidade, não precisa mandá-lo para Brasília! É que ela não perde a transmissão da TV Senado ou da TV Câmara. E para ela, tem certos políticos que não deveriam estar no cenário nacional. Eu também acho!
Político ser contra ao Mais Médico, a diminuição da conta de energia,
as Cotas para Universidade, o Pronatec, o ENEM... É ser contra o povo! E isso
custa caro para eles.
Hoje não se faz mais política como antigamente. Não há nada que possa ser dito por um político que não chegue ao conhecimento do público. Há repercussão em toda ação política, seja ela benéfica ao povo ou não.
Jarbas tomou a decisão certa. Seria um vexame para sua
carreira assim como foi pra outros. Se pudesse dar-lhe um conselho, diria: será
que já não está na hora de pendurar as chuteiras?
Quando se percebe não ter mais condições de permanecer ou
avançar, é hora de parar!
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