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sexta-feira, 24 de maio de 2013

A utopia da qualidade do ensino básico no Brasil.


No Brasil, 5564 prefeitos são responsáveis pelo ensino de crianças nos primeiros anos de aprendizagem. A fase mais importante para a criança aprender e se tornar um cidadão, cumpridor das regras sociais. São esses, os primeiros contatos com professores, colegas de sala de aula, material didático, que vão estimular a criança para no futuro ser um profissional competente, um pai e mãe sabedores de suas obrigações para com a família, sociedade e seu país. Se alguma coisa sai errado nessa fase, será um desastre e a escola não cumprirá seu papel social.

Seria muito acreditar, aceitar, esperar que 5564 prefeitos, de todas as 5564 cidades, tivessem a mesma visão e compromisso com o ensino básico. Por mais leis que existam e que possam ser criadas para “amarrar” os procedimentos e ações do gestor municipal. 

O que se vê é um escabroso, profundo e lamacento fosso que separa escolas públicas, até na própria cidade, quanto mais se compararmos com estados e até regiões. O que se tem são variações do IDEB que nos faz gelar. Enquanto a pior escola tem nota 1,6 a melhor tem nota de 8,2.

"A distância é mais que enorme! É mais que maior! Que imensa!" É cruel e vergonhosa.

Mas, o que podemos tirar desses dados?

Nós já sabemos
que o Brasil é um país desigual, que há regiões, estados, cidades que foram e estão sendo privilegiadas, que há escolas que possuem excelentes professores, profissionais da educação enquanto outras, nem profissionais têm. Que há escolas que possuem laboratórios de leitura, informática, matemática, ciência, enquanto outras escolas, não têm nem água pra beber, cadeira pra sentar, energia, ventilador, não tem sequer banheiro. Há escolas onde o transporte deixa as crianças na porta e em outras a criança anda quilômetros para chegar, atravessando riachos, estrada de barro, sol quente, toda sorte de intempéries. Tem escolas, onde a criança tem merenda de qualidade. Tem escolas que a criança chega com fome, permanece com fome e retorna pra casa com fome.

Não é possível que sejamos tão tacanhos em acreditar que o prefeito daquela cidadezinha do interior de Pernambuco tenha a mesma visão altruísta, responsável, do prefeito de uma cidadezinha de Manaus, ou vice-versa. Enquanto o ensino básico estiver nas mãos dos 5564 prefeitos e seus 5564 secretários de educação, não conseguiremos diminuir esse fosso. 

Não adianta falar em educação eficiente, EDUCAÇÃO PARA TODOS, se os dados nos mostram que mais da metade dos gestores municipais, não estão nem aí para o cumprimento, sequer, das leis que o obrigam a zelar pelo ensino.

Não seria demasiado dizer que há prefeitos roubando o dinheiro da educação básica. Tem gente roubando o dinheiro da merenda, do material didático, da farda, da condução. Tem gente roubando nossas crianças!

Por que tanta gente pra gerir a educação básica? 

Coloquemos a responsabilidade em poucas mãos. Precisamos da Federalização do ensino básico. O ensino básico no Brasil deve ser administrado e gerido a partir de uma sala ao lado da sala da Presidência da República. 

Isso mesmo! É o Presidente da nação quem deve ser o gestor nº 01 da educação das nossas crianças. Acabem, urgente, com a municipalização do ensino básico. Precisamos do ensino básico nas mãos da presidência da república. Já bastam as diferenças regionais que enfrentamos nessa federação chamada Brasil. 

Por que criar mais diferenças?

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