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segunda-feira, 30 de março de 2015

A Folha de SP decidiu fazer jornalismo?



Hoje, 30/03/2015, a Folha de SP trouxe um editorial sobre o tratamento diferenciado que a justiça brasileira dá ao psdb. 

Essa observação vindo da Folha é algo muito importante, porque nos leva, entre outras coisas, a ter um mínimo de esperança da imprensa brasileira passar a fazer Jornalismo e não o terrorismo que impera nas redações de jornais e revistas.

A mídia brasileira e sua parcialidade, tem desgastado a nossa democracia. 

Claro que toda imprensa, do mundo inteiro, tem sua fatia de parcialidade. É natural que esse ou aquele jornal prefira esse ou aquele partido político. Mas, no caso da imprensa brasileira, é vexatório, degradante e antiético, o seu relacionamento com alguns partidos políticos.

Seria um primeiro passo, para o jornal dos Frias, passar a propagar a verdade, nada mais que a verdade? Seja sobre o PT, psdb, dem, pmdb, ou qualquer outro partido ou político brasileiro?

Almejar uma imprensa livre e imparcial é uma utopia?

Será que a Folha estaria disposta a fazer o caminho inverso percorrido ao longo dos seus 90 anos de existência, em parte, promovendo o ódio, publicando mentiras, criando um exército de leitores alienados?

Só o tempo dirá. 

Sobre esse assunto escrevi em 27/01/2014 - Eternos Suspeitos http://emiltonx.blogspot.com.br/2014/01/eternos-suspeitos.html

Mas, foi bom ler esse editorial de hoje da Folha SP. 


Editorial: Justiça tarda e falha

Prescrição, atrasos, incúria e engavetamento beneficiam políticos do PSDB acusados de irregularidades, inclusive no dito mensalão tucano.

A liberdade, como ensina o lema dos inconfidentes, será sempre desejável, mesmo que tardia. Nem sempre se pode dizer o mesmo, contudo, da Justiça.

Uma decisão tardia pode bem ser o equivalente da iniquidade completa, e um processo que se arrasta sem condenados nem absolvidos só pode resultar no opróbrio de todos –inocentes e culpados, juízes e réus, advogados e acusadores.

Há um ano, o Supremo Tribunal Federal encaminhou à primeira instância da Justiça de Minas Gerais o julgamento do ex-senador Eduardo Azeredo, do PSDB. Nada aconteceu desde então.

Ex-presidente de seu partido, Azeredo é acusado de ter abastecido sua campanha ao governo de Minas, em 1998, com verbas desviadas de estatais, valendo-se de empréstimos fictícios.

Não são mera coincidência as semelhanças desse episódio com o que viria a ser revelado no escândalo do mensalão petista, alguns anos depois. Um de seus principais personagens, o empresário Marcos Valério, havia sido também responsável pelo esquema tucano.

Apesar de inúmeros adiamentos e dificuldades, o caso petista foi julgado no STF. Natural que inspire movimentos de revolta e consternação o fato de que, embora ocorrido alguns anos antes, seu equivalente tucano continue a repousar no regaço da Justiça mineira.

Correndo inicialmente no Supremo, uma vez que parlamentares como Clésio Andrade (PMDB) e o próprio Azeredo figuravam entre os implicados, o processo teve de ser enviado à primeira instância: os réus tinham renunciado a seus cargos no Congresso.

A decisão do STF, remetendo o caso a Minas Gerais, foi tomada em março de 2014. O trajeto de Brasília a Belo Horizonte consumiu cinco meses. Em 22 de agosto, o processo chega à 9ª vara criminal. Era só proceder ao julgamento; nenhuma instrução, nenhuma audiência, nada mais se requeria. Que o juiz examinasse os autos.

Juiz? Que juiz? A titular da vara aposentou-se em janeiro; não se nomeou ninguém em seu lugar.

Havia –e ainda há– pressa: alguns réus, dentre eles Azeredo, podem beneficiar-se da prescrição; outros envolvidos já escaparam por esse motivo.

A lentidão mineira se soma ao caso de entravamento da Justiça ocorrido em São Paulo, para benefício de outro político do PSDB.

Por três anos, um desembargador retardou o exame de irregularidades na gestão do hoje deputado estadual Barros Munhoz à frente da Prefeitura de Itapira. Veio a prescrição, e as suspeitas sobre crimes como formação de quadrilha e omissão de informações nem chegaram a ser julgadas.

Não se trata, claro está, da “liberdade ainda que tardia” ostentada na bandeira de Minas Gerais. Entre essas figuras do PSDB, “impunidade na última hora” há de ser lema bem mais adequado.



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