Independentemente de ter sido um acidente ou um atentado, o
que matou Eduardo Campos foi a ganância.
Eduardo optou por seguir um caminho
tortuoso. Abraçou velhos adversários (até inimigos) e virou as costas para
aqueles que lhe deram a mão.
Eduardo poderia ser o senador mais votado de todos os
tempos no Brasil, apoiado por Lula e Dilma, inclusive. Mas, preferiu “chutar o pau da
barraca”. Enveredou numa "viagem", que provavelmente o marcaria negativamente na política pra sempre.
Se deu bem, elegendo o prefeito de Recife, um verdadeiro
poste! Fez com que um homem que não era conhecido pela maioria da população,
chegasse a vencer no primeiro turno a prefeitura da capital do Estado que ele, Eduardo, governava.
A partir daí começou essa alucinada "viagem" de obtenção de mais poder político.
Se viu capacitado para alçar voos mais altos. Acreditou que
poderia fazer o mesmo na eleição para Governador de Pernambuco. Dispensou nomes
graúdos do partido e escolheu, mais uma vez, investir suas fichas em outro
poste. Paulo Câmara, assim com Geraldo Júlio, prefeito do Recife, foi erguido
por Eduardo Campos a condição de candidato ao governo de Pernambuco.
Mas a soberba de Eduardo não parou por aí. Ele próprio se
jogou numa campanha presidencial falida!
Se juntar a nomes, já defasados da política, como Jarbas, Bornhausem, Freire, entre outros, o levaria, certamente, a um fracasso nas urnas.
Se juntar a nomes, já defasados da política, como Jarbas, Bornhausem, Freire, entre outros, o levaria, certamente, a um fracasso nas urnas.
O mais ignorante analista de política conseguia enxergar isso, menos Eduardo.
Pessoas da própria família, do próprio partido, amigos
próximos como o Ariano Suassuna, declararam sua indiferença ao novo modelo
político e a aventura de se tornar presidente, agora.
Eduardo tinha 49 anos,
ele poderia tentar a presidência depois, apoiado pelas forças políticas certas.
Ao contrário do bem que ele poderia fazer a sua carreira política, ao partido e ao país, ele se mostrou imaturo ao se deixar levar pelos arroubos
da mídia e dos demotucanos. Havia um forte interesse da direita, que Eduardo saísse da base do governo petista. Era preciso enfraquecer o projeto exitoso da situação.
Ele e seu partido eram chave importante nesse
processo de mudanças que o Brasil tem vivido nos últimos doze anos. Pernambuco
é prova dessa mudança. Decidir por atacar esse projeto, o mesmo projeto que ele
fazia parte, que era parte importantíssima, foi o maior erro político do neto
de Arraes.
Lula e Dilma foram verdadeiros amigos de Eduardo e do povo
de Pernambuco. Infelizmente é preciso ser dito: faltou gratidão de Eduardo
com os dois petistas.
Diria até que, as críticas ao governo Dilma, proferidas
por Eduardo e propagadas na mídia, falava mais dele mesmo. Mostrava outro Eduardo, um político
que desejava o PODER a qualquer custo, ainda que ridicularizando antigos companheiros.
Eduardo pessoa e Eduardo político, é preciso dividir bem os
dois homens que maravilha uns e foi tão criticado por outros.
A pessoa do
Eduardo era mais parecida com Arraes. Compenetrado nas necessidades dos mais pobres, o discurso fácil, cidadão inteligente, interligado ao mundo e
suas transformações, o amigo companheiro que a todos abraçava e não guardava
rancor dos que o criticava. Eduardo não era do tipo que perseguia adversários.
O Eduardo político, esse sim(!), surpreendeu a muitos,
principalmente nos últimos anos, pelos caminhos errados que decidiu tomar. De
certa forma, manter relação com alguns políticos, verdadeiros inimigos
políticos, sujou sua biografia.
Mas, o legado deixado por Eduardo Campos vai além das
críticas que se possa fazer dele.
Pernambuco mudou, consideravelmente, após os seus dois
governos. E aqui, nesse instante, é preciso reconhecer o papel do Lula e da
Dilma, para esse sucesso do Eduardo. Arrisco a dizer, que não existiria Eduardo Campos, "tal como qual", se não houvesse os dois protagonistas petistas.
O Estado tem, por todas as partes, obras e
projetos que foram idealizados em sua gestão. Não será fácil, Pernambuco
esquecê-lo.
Hoje é mais um dia triste para meu Estado. Perdemos um dos nossos pernambucanos ilustres.
É assim que espero que Pernambuco o
trate daqui pra frente: o ilustre Eduardo Campos.
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