segunda-feira, 27 de maio de 2013

A parcialidade da imprensa brasileira



A imprensa brasileira está longe de ser considerada imparcial. 

Detentora de um patrimônio incalculável com obtenção de lucros anuais faraônicos, parte desse lucro, graças aos contratos governamentais, ela vai defendendo com unhas e dentes sua hegemonia, buscando manter-se como principal poder entre os poderes institucionais constituídos.

Acostumada a viver bem próximo dos governos, em algumas ocasiões parecia fazer parte de alguns deles, acredita ou deixa transparecer muitas vezes, ser ela quem governa o país.

Esconde fatos que possam prejudicar seus favorecidos, protegidos, associados, e por outro lado, persegue, calunia, prejudica os que são considerados desafetos.

Implacável! Em poucos dias ela cria heróis ou bandidos, santos ou demônios, bons e maus homens, sempre com o objetivo de atender seu projeto de poder.

Se fossemos fazer uma “anamnese” da imprensa brasileira, entenderíamos porque ela é assim, tão cretina Para isso teríamos que analisar desde seu nascimento, quais suas bandeiras, o que realmente defendia a imprensa brasileira no passado(?).

Por exemplo, no período da ditadura militar, a imprensa foi fortalecida. O regime autoritário foi, sobremaneira, muito generoso com os “barões da imprensa”. Na época, só as empresas de comunicação que cumpriam com as determinações impostas pelo regime, permaneceram funcionando. As que não cumpriam, tinham suas portas fechadas, não sendo mais concedida a concessão para o serviço de imprensa.

Concessão negada! Esse era o carimbo do Ministério das Comunicações, aos “avisados não cumpridores das regras”. 

Surpreende imaginar que embora milhares de brasileiros tenham morrido ou desaparecido, nenhuma empresa de comunicação, das que conseguiram sobreviver ao regime, tenha se esforçado para divulgar.

Talvez seja justificado que, por terem labutado de “mãos dadas” com o regime de exceção, elas tenham se calado por questão de sobrevivência. 

Há relatos de que as Organizações "grobu" não só cumpria com as determinações impostas pelo regime, como exigia ainda mais, de forma contundente, chegando a aumentar o grau de exigência de censura recebidos das autoridades. Com isso certamente, aos olhos dos generais, era um ato de extrema subserviência. Aos olhos dos perseguidos políticos, um ato de extrema covardia.

No Google, há fotos de colunistas, reportes, diretores de jornais e revistas, que acompanhavam de tão perto o General Presidente, que se este fizesse uma parada brusca, ao caminhar, possivelmente, aqueles o esbarraria. O acompanhamento ao chefe do governo era tão próximo, que chegavam a produzir sombra para o general presidente.

Não há nada que revigore mais uma alma autoritária, que a convivência com bajuladores. Os chamados “lustra botas”, "lambe botas", os "alexandres garcias" estavam sempre a disposição dos generais.

Há relatos de presos políticos que afirmam o uso de caminhões do jornal Folha de São Paulo, sendo usado para carregar os corpos dos "comunistas inimigos do país", que não suportaram a tortura. 

Arrepia a coluna vertebral, só em pensar que são essas mesmas empresas e em muitos casos, as mesmas pessoas que são responsáveis pela divulgação das informações de grande circulação no nosso país.

São eles que decidem como, quando, onde e o quê, uma matéria deverá ou não, ser divulgada.

Será que uma organização criada para divulgar informação à sociedade, com exatidão e sem omissão de fatos, sob o risco de ferir a própria democracia, será que esses que se calaram quando brasileiros foram barbaramente perseguidos, presos, torturados e mortos, será que esses mesmos homens, ditos, formadores de opinião, que se mantiveram em silêncio em detrimento do sofrimento que passaram os perseguidos políticos e em geral o povo brasileiro, será que podemos confiar no que dizem em suas colunas, nos mesmos jornais e revistas de hoje?

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