Faltei a maioria das aulas de psicologia na universidade,
portanto me dou o direito de expor o que penso sobre o assunto, sem nenhum
receio de estar sendo incoerente com o que dizem os “especialistas”.
Tenho assistido
o debate acerca dessa monstruosa ideia. Uma verdadeira campanha a favor da diminuição da
maioridade penal tem sido orquestrada pela mídia, no Brasil. A maioria dos âncoras dos
grandes jornais de televisão e rádio, têm se esforçado para estabelecer a
necessidade de mudança da lei, como se isso fosse a solução para acabar com
a criminalidade no Brasil.
De repente, encontraram um "bode expiatório" para
responder sobre os casos de assassinatos no país. Pessoas adultas, bandidos, policiais,
políticos e governos, ninguém mais mata no Brasil. Somente os jovens menores
de 18 anos são os assassinos. Daí, por que não colocá-los atrás das grades?
Aceitar essa proposta é tentar justificar nossa
própria incapacidade de solucionar um problema que só aumenta com o passar dos
anos. Ao invés de buscarmos a solução, encontrar saída para o problema, não(!) O mais fácil é jogar nossas crianças e jovens dentro de presídios superlotados.
O Brasil não conseguiu nem resolver o problema do sistema carcerário. Uma
verdadeira UNIVERSIDADE DO CRIME, onde quem entra por ter roubado um saco de
leite num supermercado, tem grandes possibilidades de sair “experts” em bombas,
refino de cocaína, métodos sofisticados de estelionato e sequestro, entre
outras “especialidades criminais”.
Assisti outro dia um psicólogo, adepto a campanha pela diminuição
da maioridade, explicando sobre a capacidade mental de um jovem de 14 anos, “...
um jovem de 14 anos já responde pelos seus atos igualmente a qualquer adulto...”
Estarrecedor! Esperar essa pérola de uma pessoa como eu que tenho só dois
neurônios, até vale! Mas, de um profissional que trabalha com a mente?!!
O
debate está tão acalorado que há quem seja favorável a diminuição da
maioridade a partir dos 16, 14, ou até 12 anos.
Fico imaginando uma criança de 12 anos sendo julgada como adulta por ter
pego o revolver do pai e matado uma pessoa.
Muitos desses estão a favor dessa insanidade, por não
ter filhos ou não ter mais filhos menores, ou ainda porque nunca foram crianças ou
adolescentes.
Você deve estar pensando, “fui adolescente, mas, nunca roubei,
nunca matei, não cometi crime algum.” Pois é, eu também não. A grande maioria dos nossos jovens de
hoje também não! E, aqui pra nós, não é sobre isso que estou falando! A discussão é sobre
alguém que tem entre 12 e 16 anos, cheios de dúvidas, buscando ao seu modo, ser
aceito em algum grupo, facilmente manipulado e com o mundo inteirinho para
conquistar. É assim ou não? Foi assim
com você quando passou por essa fase, ou não?
Embora não tenhamos cometido nenhum
crime, ainda assim, nosso comportamento quando criança e adolescente não
poderia ser comparado a de um adulto! Quais eram nossos sonhos? Quem eram nossos
heróis? O que buscávamos quando tínhamos entre 12 e 16 anos? Hoje, eles
sentem os mesmos medos, as mesmas dores, as mesmas incertezas e inseguranças.
Contudo é preciso que seja dito, pra que não fique dúvidas,
de que nada justifica matar pessoas. Mas, penso que mais importante que puni-los
como adultos, é buscar encontrar as razões pelas quais está acontecendo tudo
isso. Só assim, vamos impedir que crimes como os cometidos por menores de idade
nos últimos meses, não ocorram mais.
O estado brasileiro tem uma dívida com nossas crianças e
adolescentes que precisa ser reparada imediatamente. Puni-los com a mesma lei
que puni os adultos, não é a melhor maneira de reparar as falhas e nem resolver
o problema da criminalidade.
Somente o atendimento de qualidade, em todas as
áreas possíveis, com o compromisso de todos os órgãos e também de nós, adultos, poderá mudar esse quadro.
Criança e adolescente devem ter prioridade em todos os sentidos. Ser criança ou adolescente, não é fácil. Muitos conseguem passar ilesos por
essas fases da vida, já outros não!
O Brasil precisa cuidar melhor de seus jovens.
Não é colocando-os atrás das grades que vai conseguir isso.
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