Ontem 200 famílias foram surpreendidas com um incêndio em
suas casas.
Embora algumas pessoas insistam em chamar de casebres, barracos ou
taperas, pra essas 200 famílias, eram seus lares, suas residências, suas
moradias.
Seus endereços eram nessas casas que viraram cinzas.
O conceito de
patrimônio residencial é muito subjetivo. Há quem imagine que, só quem pode
dizer que tem um lar é quem mora na Avenida Boa Viagem ou em Apipucos. Bairros onde moram o prefeito do Recife e o governador de Pernambuco.
Essas 200 famílias que perderam o seu imóvel residencial,
faziam parte de uma estatística cruel. Milhares de famílias pelo Brasil estão construindo
suas moradias em lugares de risco.
Encostas de morros e beiras de rios, não são
setores adequados para construção de moradias. No Coque, por exemplo, há
milhares de famílias que construíram suas residências dentro do rio Capibaribe, ainda que a lei determine uma distância da margem dos rios e lagos.
Se por um lado, o poder público é o responsável pela
fiscalização das construções irregulares, por outro, há uma necessidade do pai
e da mãe de família de ter um teto para colocar seus filhos. E é aí, justamente, que entra a negligência, falta de responsabilidade
e nenhuma empatia para as necessidades dos mais pobres, por parte dos
legisladores municipais.
Eu já me perguntei aqui mesmo, nesse espaço, pra que serve
os vereadores de nossas cidades?
Seria demais dizer que há vereadores da cidade do Recife,
que sequer sabiam da existência dessa comunidade!
Um povo sofrível, de
casas em palafitas, as quais dependem do poder público para suprir suas mais
elementares necessidades. Os vereadores
do Recife não se preocuparam com os problemas dessa comunidade e nem de outras que vivem em situação parecidas.
Nisso, os vereadores
do Recife são iguais a qualquer outros de qualquer cidade brasileira. Há coisas
mais importantes para eles resolverem e debaterem. Eles têm projetos próprios,
que atendem a interesses próprios. O povo só é interessante no período eleitoral.
Diante de um incêndio dessas proporções, que no Brasil virou moda, é
muito fácil culpar o prefeito da cidade e esquecermos dos vereadores. É devido a omissão, a falta de vergonha na cara, principalmente dos legisladores municipais, que ocorrem essas tragédias.
Se o poder legislativo municipal não
fiscaliza a prefeitura, não apresentam projetos de melhoria das comunidades e não
buscam se integrar com os bairros para ter conhecimento dos seus problemas, pergunto outra vez: pra que serve os
vereadores desse país?
Quanto poderia ser realizado em proveito das comunidades
se extinguíssemos essa função da política?
Para a obtenção de um transporte gratuito, uma saúde de qualidade e a melhora das comunidades pobres desse país, precisamos discutir o fim da função de vereadores.
Eu apoio!
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