Qualquer erro, por mais que seja mínimo, qualquer medida
tomada, qualquer palavra dita, ainda que não aja nenhuma importância, toma
proporções gigantescas se proferida pelo Governo de Dilma Rousseff. A oposição
(partidos políticos e setores da imprensa) está aproveitando os protestos para
promover uma das maiores ondas de perseguição sofrida por um governante, no
Brasil. Só se comparando os momentos vividos por Getúlio e Jango.
A contribuição que o Movimento Passe Livre - MPL deu a oposição foi e
está sendo determinante no processo de ataques, contra o governo federal. A
imprensa conseguiu, por exemplo, emplacar o apoio contrário a PEC 37. De tanto
publicar que os manifestantes estavam nas ruas contra a PEC, em seus
noticiários e nas chamadas ao vivo pela TV, fez com que muitos abraçassem a
causa sem ao menos ter ideia do que se tratava.
A imprensa continua sendo o
grande manipulador das massas.
Há mais objetivos por trás da derrubada da PEC
37, que o público desconhece. Uma delas é fortalecer o agente principal da
criação da PEC. A valorização do Roberto Gurgel, é a prova de que a oposição
encontrou um fiel escudeiro e que certamente tem planos para o Procurador Geral
da República, após sua saída do cargo.
A oposição continua sua tarefa de esbofetear o governo
federal enquanto ele está nas cordas. O retorno ao poder central se faz
necessário, se possível agora! Essa é a grande chance que a oposição encontrou
de realização de um plano maquiavélico iniciado desde 2003. Tirar os partidos
de esquerda do poder e dar continuidade ao que, antes, eles haviam começado. A
agenda neoliberal, com aumento dos juros, do desemprego, da desigualdade
social.
Afinal, toda essa gritaria nas ruas se deve a ascensão de negros e pobres
ao mercado de trabalho, ao sistema econômico, às universidades. Estava tudo
muito bem, até que um torneiro mecânico achou de mudar as regras, onde antes o
pobre vivia muito bem no seu “mundinho insignificante”.
É aí, onde a oposição (repetindo: partidos políticos de
direita e setores da imprensa), comete um erro primário, o de não se
reconhecer também como responsável pelas críticas vindas das ruas. Será que a massa
deseja, realmente, ser liderada por eles?
Nesta terça-feira (25/06), vi desfilar no JN, um número de
opositores ao governo Dilma, capaz de estremecer a república com suas opiniões
contrárias às medidas anti-crise tomadas pelo Planalto. Por lá passaram Aécio,
Agripino, Roberto Freyre, Joaquim Barbosa (apoiou as medidas), Roberto Gurgel e Ayres Brito. Houve até fogo amigo, com a presença do vice-presidente, Michel Temer
e do ministro da justiça, Zé Cardozo. Sentir a falta do Gilmar Mendes, Suplicy
e do ministro das comunicações.
Com a saída do “extraordinário” MPL, a oposição assumiu o
comando das manifestações e reivindicações populares. O presidente do PSDB, em
conjunto com os demais partidos oposicionistas, chegou até a esmiuçar, no
plenário do Senado Federal, uma lista de reivindicações. Entre elas, a
diminuição do número de ministérios de Dilma Rousseff.
(Sobre isso, escrevi em “Os 39
ministérios de Dilma – Blog do emilton xavier”):
"... Ao analisar as pastas ou secretarias criadas por Lula e
Dilma, percebo o que há de comum, entre algumas dessas novas pastas, com status
de ministérios. Senão, vejamos: Microempresa, Cidades,
Política para as mulheres, Igualdade racial, Pesca e aquicultura, desenvolvimento agrário e Aviação civil. Todas elas estão diretamente ligadas a
uma parcela da sociedade que foi, durante séculos, excluída dos projetos do
Brasil. Todas as novas secretarias estão ligadas a classe pobre que, nos
últimos dez anos, ascendeu à classe média. Ah! Antes que me critiquem. A
Secretaria de Aviação Civil tem tudo a ver com a classe pobre. Muitos da classe
C e D estão viajando de avião, como nunca se viu antes".
No pronunciamento do candidato tucano a presidência em 2014,
faltou ele dizer quais seriam os ministérios que devem ser excluídos e colocar também, a necessidade de apurar as denúncias do livro Privataria
Tucana, a relação entre políticos com o Cachoeira, o processo de desvio de mais
de quatro bilhões da saúde de Minas Gerais, que o próprio senador responde na
justiça.
Veja! Não é uma questão de apoiar esse ou aquele partido, a questão é que o povo cansou de se deixar enganar por políticos inescrupulosos.
Até outubro de 2014, o que veremos serão ataques e opiniões
contrárias a tudo que o governo Dilma Rousseff, disser ou fizer.
Lamentável que
a oposição (lembrando mais uma vez: partidos de oposição e setores da imprensa),
não tenha percebido o recado das ruas e, pior ainda, se coloquem como única opção de
mudança. Porque, se o governo federal está nas cordas, a oposição já foi jogada para
fora do ringue, faz tempo!
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