Assistir a um documentário, meses atrás, que mostrava em
países da África, cidades que desenvolveram programas de inclusão digital,
tendo como espaço para conexão, parques e praças. Não só os parques centrais, mas também os
localizados nos bairros periféricos. Achei extraordinária a iniciativa. A
imagem de várias pessoas, num parque, conectando seus Notebooks e Tablets com o
mundo. Muitos sentados em bancos de praça, outros na grama, encostados em árvores.
É uma imagem para se guardar e desejar que se multiplique por todos
os países, inclusive nos municípios brasileiros.
Os prefeitos do Brasil bem que poderiam copiar essa
iniciativa. Segundo pesquisa rápida no Google, feita agora, apenas a cidade de São Paulo tem
projeto para disponibilizar internet grátis em praças, parques e locais de
grande circulação.
Ao adotar um programa como esse, prefeitos darão
oportunidade a vários jovens para, por meio da navegação, descobrir o mundo,
interagir com o mundo, debater os problemas atuais do mundo. Além, é claro, de
trazer de volta para os parques e praças das cidades brasileiras, as crianças,
os jovens, o estudante, o trabalhador, a família.
Os parques, principalmente os localizados nos grandes
centros urbanos, estão abandonados e frequentados por “tribos” que, ao longo do
tempo, tornaram-nos ambientes de risco social. Muitos têm medo de ir ao parque! Ao passar, por exemplo, pelo Parque 13 de Maio, localizado no centro de Recife, me surpreendo com o número
de usuários de drogas no local. A última vez que estive no parque do Ibirapuera, em São Paulo,
fiquei decepcionado. Não havia crianças correndo ou famílias fazendo piquenique. Havia drogados,
cachaceiros, moradores de rua com seus colchões e vagabundos, muito vagabundos
golpistas.
É preciso devolver os parques e praças a seus verdadeiros
donos.
“A praça é do povo”, essa frase de Castro Alves, reproduz exatamente o
sentido, ou melhor, o desejo desse artigo. E o meio para trazer o povo às praças e aos parques seria a adoção de programas que proporcionem acesso gratuito
à internet nesses locais públicos onde todas as classes sociais se encontram.
Essa visão distorcida, hoje, de jovens caminhando daqui para
lá, de lá para cá, em busca de espaços que tenham Wi-Fi nem sempre acessíveis,
nos shoppings, bibliotecas, repartições públicas, precisa ser alvo de discussão no meio dos executivos municipais. Com a criação do programa Wi-Fi gratuito nos parques e nas praças, haverá
muito mais jovens ocupados em atividades que geram conhecimento.
No Brasil, segundo levantamento do IBGE, apenas 14,3% das
prefeituras oferecem Wi-Fi grátis. E mesmo assim, cobre um espaço muito pequeno
nesses municípios.
O acesso à rede de computadores é uma ferramenta importante para tirar os jovens da marginalidade
e evitar que crianças desenvolvam interesse por drogas. Mas, parece que os governantes
municipais não estão nem um pouco interessados.
Que pena!
Nenhum comentário:
Postar um comentário