quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Crise na Venezuela – Revolução social ou golpe? Esse filme nós já vimos.


No período dos grandes golpes militares na região [nos anos 60], ocorreu exatamente como está acontecendo nos dias atuais: a massa sendo usada como bucha de canhão, para atender aos planos golpistas de setores internos e externos dos países. 

Havia na época os articulistas dos golpes (países como os EUA), que propagavam as más notícias junto ao povo e os “amigos do povo", aqueles que surgem como redentores, salvadores da pátria ou o “mais preparado para governar”. Era o grupo PRÓ-GOLPE. 

Igualzinho ao que estamos vivenciando em alguns países no mundo.

Se formos verificar a história recente do Egito, por exemplo, iremos encontrar esses personagens, assim como na Ucrânia, nas manifestações no Brasil e na Venezuela.

O Egito vivia numa ditadura que, pelo que parece, não satisfazia mais os interesses dgrupo PRÓ GOLPE. Sendo assim, o caminho sempre é o mesmo: povo na rua fazendo protesto, quebrando tudo e entoando gritos de "liberdade para todos!". O Egito que era governado por Hosni Mubarak, que foi acusado de ter roubado dinheiro público, passou a ser hostilizado por manifestantes, que pediram sua cabeça numa bandeja. O “povo” enfim, após meses de confronto com militares, manipulados pelo grupo PRÓ GOLPE, tiveram como recompensa a renúncia, a prisão e o julgamento do Mubarak. O Egito saiu da ditadura para a democracia [felizmente!]. Elegeram o presidente Mohammed Morsi, que não era exatamente o que o grupo PRÓ GOLPE queria. Sendo assim: mais “revolução” social no Egito. Afinal, o povo egípcio já mostrou ser de fácil manipulação. Estados Unidos e Inglaterra adoram esse tipo de povo. Massa de manobra fazendo "revolução social". Sabe aqueles manifestantes que foram às ruas no Brasil com faixas: NÃO À PEC 37, sem sequer saber o que é uma PEC. Pois é! Impulsionados pela imprensa e por setores da sociedade burguesa egípcia, destituíram Mohammed Morsi do poder no Egito. Mais uma vez o grupo PRÓ GOLPE, venceu. O que o povo não sabia e ainda não sabe, é que desde o início das manifestações, quando ainda era o presidente do Egito Hosni Mubarak, o grupo PRÓ GOLPE tinha um nome de sua preferência, para governar o país. Era o general Abdel Fattah Al-Sissi. Homem de confiança dos responsáveis pelo movimento golpista. E agora, depois de muito conflito, tudo indica que o Abdel Fattah será finalmente o novo presidente do Egito, com a missão de ser “pau-mandado” dos articulistas do golpe.

O que está acontecendo no Egito é o mesmo que tentaram fazer no Brasil em junho de 2013. É a mesma articulação na Ucrânia e na Venezuela. A própria imprensa aproxima demasiadamente os acontecimentos ucraniano e venezuelano,  numa tentativa de manipular a população de que é a mesma coisa. Ainda que sejam ações distintas, o grupo PRÓ GOLPE, alimentará seu público como sendo similares e, portanto, se deve tomar as mesmas medidas.

Se o presidente ucraniano foi destituído do poder, por que não acontecer o mesmo na Venezuela? E no Brasil! 

Há um forte interesse do grupo PRÓ GOLPE, em desestabilizar certos governos no mundo. Brasil, Venezuela, Cuba e Argentina são apenas alguns que estão na mira do movimento golpista.

Há, em cada um desses países, um  Abdel Fattah para assumir o governo. O redentor, o salvador da pátria, o “mais preparado para governar” o país.

Para chegar lá, articulistas (governos como EUA, Rússia, Inglaterra, entre outros), os propagadores de más notícias (imprensa conservadora e elitizada) e setores da sociedade (tipo: os cubanos de Miami ou a burguesia brasileira), exercem fortemente seu poder de mobilização e manipulação sobre o povo. 

Para isso se propaga que os policiais na Venezuela agrediram de forma descomunal os manifestantes de lá. Mas, a polícia de Geraldo Alckmin em São Paulo, e do Sérgio Cabral no Rio de Janeiro, também. Já morreram doze manifestantes na Venezuela! No Brasil, morreram onze. Mataram uma Miss, lá. Aqui, mataram um cinegrafista.

A imprensa sequer mostra o outro lado da história. Milhares de pessoas estão nas ruas em apoio ao governo, também. Mas, o que interessa são os confrontos daqueles que pedem a renúncia de Nicolás Maduro, para que o salvador da pátria, Leopoldo López, possa governar o país e trazer paz ao povo venezuelano. Veja! É sempre o mesmo procedimento e as mesmas ações golpistas. A imprensa conservadora da Venezuela está contra o governo, os EUA estão contra a Venezuela, setores da elite burguesa venezuelana estão contra também. Tudo igual! 

Trazendo isso aqui para o Brasil, verificamos o quanto seria oportuno para os que fazem parte do movimento PRÓ GOLPE, a destituição do governo “Chaves”. Seria uma oportunidade de desqualificar o governo “Lula”. Trazer para dentro do governo de Dilma as possíveis mazelas do governo Maduro, questionar as semelhanças, suas proximidades, os acordos e os projetos e parcerias entre os dois governos. 

É preciso ser forte para não cair nas armadilhas do grupo PRÓ GOLPE. Só sendo da qualidade de um Fidel, um Chaves ou um Lula, para resistir a eles.

O que me deixa curioso é imaginar qual será o Abdel Fattah que os golpistas querem para o Brasil? Há muitos candidatos!

Para terminar, cabe aqui um parágrafo sobre o espaço dado ao Senador Tucano Álvaro Dias ontem no JN, sobre a “omissão” do governo brasileiro sobre a situação na Venezuela. Disse o senador: “O governo brasileiro deveria adotar uma postura altiva de condenação do arbítrio e da prepotência que há na Venezuela... restabelecimento dos direitos humanos que estão sendo violados, inclusive com mortes, além de perseguição a jornalistas, censura, afronta brutal contra a liberdade de imprensa”. Seria cômico, senão trágico, se o senador não tivesse conhecimento do que está acontecendo em Minas Gerais. Existe um Jornalista que está sendo mantido preso por acusar de desvio de dinheiro público, um candidato à presidência, do partido do senador.

Alertai-vos!! 
Cuidai-vos para não serdes enganados!  

Um comentário:

  1. Eles não agridem, eles simplismente tentam controlar a baderna que os próprios manifestantes fazem...

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