quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Por que a imprensa atacaria o governo justamente onde está sendo beneficiada?


Há dias estou querendo tratar desse assunto. 

O Estadão, de segunda-feira, trouxe uma reportagem de capa tratando sobre o gasto do governo federal com propaganda. Na matéria, o jornalão diz que o governo do PT gastou mais de oito bilhões em dez anos de governo. E fez comparações dos gastos com propaganda e outros programas federais. Mas, o que estaria por trás dessa matéria e por que o Estadão atacaria justamente em algo que o beneficia? Afinal, parte desse montante foi repassado para a Agência Estado.

Há certos pontos que precisam ser analisados sobre esse caso:

Primeiro - fiquei esperando se outros veículos iriam repercutir de forma massiva o assunto. Geralmente, o JN, a Veja e a Folha repercutem uma matéria quando o assunto vem contra a Dilma, Lula ou o PT. Mas, pelo que sei, não houve interesse por parte dos demais veículos de mídia.

Segundo – existe certo descontentamento das empresas de comunicação em geral quanto à parcela de recursos públicos enviados para a Globo. Fala-se que mais de 50% de tudo relacionado à publicidade de órgãos públicos, seja na esfera federal, estadual ou municipal, incluindo suas estatais, é repassado às organizações globo. Isso deixa muito pouco pra ser dividido entre as demais empresas. 

Só pra se ter uma ideia, até as rádios comunitárias, vez ou outra demonizadas pelos jornais globais por serem capazes de “derrubar aviões” com suas frequências e por isso são chamadas de rádios piratas, até elas recebem parte desse dinheiro. Os valores que essas “rádios piratas” recebem são  insignificantes, comparados aos bilhões recebidos pelas grandes empresas de comunicação, mas, mesmo sendo irrisórios, são motivos de muita intriga entre as grandes empresas de comunicação contras elas.

Terceiro – o Estadão deve estar insatisfeito com o que está recebendo. Em outras épocas e em outros governos, havia mais generosidade com as empresas de comunicação. Essa talvez seja a principal análise sobre o assunto.

Quarto – se tivéssemos uma imprensa imparcial, que não insistisse em se ver como um partido político e se as mídias não tivessem ligações com políticos ou com familiares de políticos, certamente não haveria necessidade de governos gastarem tanto dinheiro com publicidade. As próprias empresas de comunicação se incumbiriam de repassar as informações referentes as realizações dos governos, sem as modificar ou mascará-las, pelo bem ou mal, para seus ou para interesses de terceiros. E também não se omitiriam em repassar a verdade, doesse a quem doesse!

Quinto – no caso dos dez anos do governo petista, ou o governo federal mostra seus projetos e realizações, pagando publicidade, ou a população só toma conhecimento de informações falaciosa, meias verdades, textos caluniosos e muitas mentiras sobre a pessoa e o governo de Dilma Rousseff e de Lula da Silva. Simplesmente porque na imprensa brasileira, poucos são os profissionais que têm responsabilidade com a notícia.

Sexto – comungo com os que não concordam com o gasto de dinheiro público em propaganda. Concordo com a posição dos que veem as empresas de comunicação como qualquer outra empresa concessionária. Que deveriam isentar empresas públicas e suas estatais de cobrança de serviços prestados.

Sétimo - estaria o Estadão deixando claro que vale tudo, pra evitar a reeleição de Dilma e a permanência do PT no governo federal? Ainda que tenham que expor, atacar e ferir a própria carne?

É isso!

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