quinta-feira, 23 de maio de 2013

Os 39 ministros de Dilma



O debate sobre os 39 ministérios de Dilma que tem sido questionado por setores da imprensa, oposição e oposicionistas ao governo, insistindo que muitos ministérios aparelham o estado e denota a falta de competência devido à falta de controle sobre os quase 40 ministros, toda essa discussão sobre esse assunto ainda constará nas manchetes  das páginas dos jornais por um longo tempo.

Todas as críticas que fazem sobre esse tema, são interessantes e nos faz refletir: quais as necessidades que o governo Dilma tem para criar tantos ministérios? E, no caso de ter que acabar com alguns deles, quais seriam extintos?

Antes de tudo, acho covardia contabilizar entre os trinta e nove ministérios, a Presidência do BC, a Controladoria Geral da República e a Advocacia Geral da União. Pra mim, essas pastas estão incorporadas ao sistema, de forma definitiva e amparada constitucionalmente. Sendo impossível um governante excluir uma dessas três pastas, diferentemente das demais e principalmente das que foram criadas nos últimos anos, nos governos Lula e Dilma.

Mas é sobre as novas pastas ou secretarias criadas que vai à reflexão que segue.

Ao analisá-las rapidamente, percebo o que há de comum, entre algumas dessas novas pastas, com status de ministérios, criadas por Lula e Dilma. Senão, vejamos: Microempresa, Cidades, Política para as mulheres, Igualdade racial, pesca e aquicultura, desenvolvimento agrário e aviação civil.

Todas elas estão diretamente ligadas a uma parcela da sociedade que foi, durante séculos, excluída dos projetos do Brasil.

Todas as novas secretarias estão ligadas à classe pobre que, nos últimos dez anos, ascendeu à classe média.

Ah! Antes que me critiquem, a Secretaria de Aviação Civil tem tudo a ver com a classe pobre. Muitos da classe C e D estão viajando de avião, como nunca se viu antes na história desse país.

Isso me faz reportar ao que há de mais cruel nos últimos anos, a acirrada perseguição imposta ao movimento de mudança social iniciada em 2003. Da mesma forma que os mesmos órgão e pessoas se mostraram contrários as cotas para as universidades, a bolsa família, a diminuição do preço da energia, a lei dos portos, ao fortalecimento do Enem e tantas outras investidas do governo federal, utilizando-se de todo o meio possível para desqualificar esses projetos, essas mesmas forças sabem que o Brasil mudou em dez anos graças a coragem de dois governos que criaram MINISTÉRIOS, para atender a essa parcela que não tinha suas necessidades sequer posta em discussão pelos que governaram esse país, antes de 2003. 

O governo Lula e Dilma precisaram acelerar o processo de eliminação do hiato, do fosso da desigualdade que existia, e ainda existe, entre os mais ricos e os mais pobres. Era preciso uma fórmula rápida. As mudanças estruturadoras de que a sociedade precisava e precisa, eram para ontem! Para isso não bastava mostrar-se “sensibilizado” aos anseios dos negros, aos problemas da mulher, aos questionamentos do pequeno pescador, às  vontades do quitandeiro, às carências enfrentadas nos pequenos municípios, das necessidades do homem do campo que precisava de apoio para criar ou manter sua roça!

Era preciso coragem! Era preciso "arregaçar as mangas da camisa" e enfrentar os problemas!

Quando que um Ministro da Agricultura, das Minas e Energia ou dos Transportes, iria sanar as necessidades do quitandeiro ou do pequeno pescador? 

Só a criação de secretarias ligadas diretamente ao problema poderia solucioná-lo. A parcela da sociedade que vivia excluída, agora passou a ser ouvida.

Isso não significa que essas pastas, secretarias ou ministérios, serão permanentes. Uma vez eliminados os entraves e favorecido o setor, o governo federal, certamente, excluirá a referida pasta.

O governo de esquerda, que aí está, sabe que precisa executar as mudanças sociais estruturadoras necessárias, o mais rápido possível. Ou se faz agora ou os outros que porventura retornarem ao poder, jamais farão. Nem que pra isso seja necessário criar novas pastas.

Isso mesmo! É possível que outras pastas sejam criadas.

Se eu pudesse sugerir à Presidenta, lhe diria para olhar com muito carinho a situação do lixo.

Já que existem 39 MINISTÉRIOS, por que não completar os 40?

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