O ex ministro da saúde e petista, Alexandre Padilha, o responsável pela criação do Programa Mais Médicos, do governo Dilma Rousseff, foi hostilizado ontem por um cidadão raivoso, cheio de ódio e sem nenhum controle mental, em um restaurante em São Paulo.
O cliente chamou a atenção de todos no local, batendo numa bandeja de prata com uma colher de prata, proferindo um discurso contra o ex ministro. Pedindo palmas "para o homem que torrou UM BILHÃO de reais, dos nossos bolsos, no Programa Mais Médicos".
Estupidez!
É a única palavra que logo vem a cabeça ao ver o vídeo.
Vivemos no país livre em que todas as pessoas [repito: TODAS AS PESSOAS] tem o direito de entrar num restaurante e jantar com amigos sem ser afrontado, ridicularizado ou molestado. Isso aqui é uma Democracia.
A sociedade brasileira está vivenciando algo inacreditável. Mais precisamente a sociedade paulistana.
Padilha criou um programa revolucionário na área da saúde. Levou médicos para regiões brasileiras onde nunca havia chegado organismos de saúde. Travou uma luta descomunal com entidades médicas, mídia, oposição e grupos elitistas, para enfim consolidar um Programa que é exemplo no mundo.
O Brasil hoje é assistido em todas as regiões pelo Serviço Único de Saúde. Não há um município brasileiro que não tenha assistência médica.
E por isso, o Alexandre Padilha é agredido covardemente por pessoas que felizmente não dependem do Mais Médicos e se dão o direito de criticar, pedir o fim do programa e achar que investir UM BILHÃO na saúde do povo é desnecessário.
Fiz um cálculo rápido aqui, se o governo gastou UM BILHÃO, até aqui, com o Mais Médicos, e vem atendendo 63 Milhões da população, isso nos dá um gasto per capita de R$:15,87.
Sinto muito orgulho de está contribuindo com o Programa Mais Médicos com o dinheiro do meu bolso, fruto do meu suor, dos impostos que pago.
É bem melhor que o meu dinheiro seja gasto com Programas voltados para o povo brasileiro, do quer, ir parar no hsbc da Suíça, ou ajudar empresas de avião falida, como a BRA, por exemplo.
Reproduzo aqui a resposta de Alexandre Padilha, a esse ato animal de mais um algoz da direita brasileira.
Em vermelho, na cor do PT. Em homenagem ao Padilha, futuro governador de SP.
"Toda vez que uma pessoa que nitidamente nunca passou pela dificuldade
de não ter médico no seu bairro, comunidade ou família faz um gesto de
ódio ao #MaisMédicos,
fico mais orgulhoso do programa que criei e implantei e de toda luta
contra a intolerância, arrogância e descompromisso com os que mais
precisam que empreendi quando Ministro da Saúde do Brasil.
Hoje os jornais estamparam mais uma vitória do Mais Médicos. A nova
etapa mobilizou apenas médicos brasileiros. Atingimos o universo de mais
de 18mil médicos, atendendo mais de 63 milhões de brasileiros que não
tinham médico. Isso foi possível por dois motivos. Diferente do desejo
de alguns, dos cerca de 14 mil médicos recrutados a partir de 2013 a
desistência foi ínfima até 2015. O segundo motivo é que o programa
criado pela minha gestão no Ministério da Saúde em 2011 (PROVAB), que
garante pontos para o concurso de residência (especialidade) para
médicos brasileiros que atendem nas periferias revelou-se um sucesso e,
agora, os inscritos em 2015 foram incorporados ao Mais Médicos.
Em junho de 2013, o governo brasileiro iniciou uma longa batalha para
aprovar a implantar o programa Mais Médicos. Seu objetivo: levar à
saúde para mais perto daqueles que, por não terem plano de saúde, por
não poderem pagar por uma consulta particular, não tinham direito ao
cuidado e ao acolhimento que só o atendimento médico pode oferecer em um
momento de tanta fragilidade como o da dor, o da doença.
Na ânsia de afrontar os que mais precisam, a democracia é
desrespeitada. A democracia deve ser exercida para a liberdade. Somos um
país democrático também em suas ideias, em seus anseios. O respaldo do
Mais Médicos não é dado por mim. É dado pelos brasileiros e brasileiras
atendidos pelo programa, que antes ansiavam pela presença de um médico, e
por mais de 80% de toda população brasileira.
O último ato de agressão foi inusitado. Hoje fui convidado para um
almoço em um restaurante no Itaim Bibi (bairro de classe média alta
paulistano) com amigos de infância. São pessoas com quem convivo há mais
de 30 anos. Uma amizade que sobrevive a tudo: distâncias e diferenças
futebolísticas e políticas. Os respeito, convivo, divirto-me com eles
tanto como com as outras amizades, que conquistei ao longo da minha vida
profissional em comunidades da periferia e da Amazônia brasileira e na
militância política.
Talvez para a repugnância de alguns e dos detratores da intolerância,
sim, tenho amigos da elite econômica paulistana e outros tantos
tucanos, neoliberais e neoconservadores. Parte disso, pois minha família
com muito esforço me garantiu a oportunidade de convivermos mesmas
escolas e estudar na USP e na Unicamp. Divergimos em opções de vida,
profissionais e na política, mas essas amizades sobrevivem apesar do
clima de agressão, desrespeito, ódio e intolerância que alguns buscam
aquecer no país e na nossa cidade.
Tudo ocorria normalmente quando de súbito um senhor que já se
retirava começou a fazer um discurso, sendo filmado em vídeo pelo seu
colega de mesa. Embora tenha buscado chamar a atenção do salão, talvez
imaginando que seria solenemente aplaudido, foi absolutamente ignorado
pelas dezenas de pessoas durante o seu ato de agressão. Apenas seu
colega de mesa o aplaudiu. Após sua retirada, os garçons, as pessoas de
outras mesas e o proprietário do estabelecimento prestaram solidariedade
a mim. Meus amigos, que divergem das minhas posições políticas, ficaram
indignados e certamente terão posições de maior rechaço a qualquer
postura de intolerância, falta de educação e agressividade que alguns
oposicionistas do Mais Médicos ainda alimentam pelo país.
Paradoxalmente, episódios como esse são capazes de despertar cada vez
mais as pessoas para que a democracia possa conviver com a diversidade e
a diferença.
Já é um desrespeito aos meus direitos individuais alguém imaginar que
pode me agredir em público e fazer uso dessa imagem. É um desrespeito
ainda maior quando isso envolve direitos individuais dos meus amigos,
que ao contrário do que pode-se pensar, não possuem nenhuma vinculação
partidária nem política comigo.
Essas agressões não me abalam. Enfrentei alguns colegas de profissão
para defender o Mais Médicos. Pelas pessoas beneficiadas pelo programa,
venci preconceitos e mentiras. Não é qualquer coisa que me deixa perder o
rumo e o foco. Muito menos me faz levantar de uma mesa repleta de
amigos. Tão pouco me impressionaria com um agressor e um aplauso
solitários de quem não encara um debate democrático e prefere a agressão
e a fuga.
No ano passado, percorri todas as regiões do Estado de São Paulo – o
que possui a maior elite econômica, o mais rico do país e o que mais
pediu por profissionais do Mais Médicos desde a primeira fase até hoje
-. Não foram poucos os depoimentos de agradecimento pelo programa. Ter a
certeza que o Mais Médicos mudou a vida de milhões de brasileiros é a
confirmação de que estamos melhorando a vida das pessoas, principalmente
das que mais precisam, cada vez mais. Ainda precisamos fazer muito para
melhorar a saúde do país. O Mais Médicos é apenas o primeiro e corajoso
passo, dado enquanto fui ministro da Saúde pela presidenta Dilma, para
que a saúde brasileira seja universal.
Posso deixar alguns frustrados, mas saibam que agressões como essa
não me inibem, não reduzem meu convívio com amigos, sobretudo os não
petistas, nem farão com que eu deixe de frequentar qualquer lugar. Sou
feliz por ter amigos no Itaim Bibi e no Itaim Paulista e gosto muito de
cultivá-los. Tenho muito orgulho de ter criado o Mais Médicos e, como
disse, já enfrentei muito mais do que agressor solitário para
implantá-lo."
Alexandre Padilha - facebook
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