terça-feira, 11 de março de 2014

Cuidado com quem você toma como “aliado”.


A cena política de 2014 traz um fenômeno eleitoral nunca visto antes. É claro que político muda de discurso como se muda de paletó, bastando mudar da situação para oposição ou vice-versa. Críticos ferozes, como Kátia Abreu, Rosalba Ciarlini e ACM Neto, passaram a fazer elogios a Dilma Rousseff, depois da mudança de partido [no caso de Kátia] e do apoio do Planalto aos governos de Salvador e do Rio Grande do Norte.

Não há uma classe mais mutável que político. Ministros do governo, por exemplo, que antes propagavam discursos de apoio ao governo petista, ao entregar a pasta para concorrer a uma vaga nas eleições de outubro, passou a criticar ferozmente a presidência da república. É o caso do ex-ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que saiu num dia elogiando e no outro já desferia suas críticas.

Mas há algo que tem chamado mais atenção no cenário político. O comportamento do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, tem deixado muita gente boquiaberto pela postura agressiva e, até certo modo, desproporcional e desnecessária, como ele se dirige a Presidenta da República. Os ataques chegam a ser mais que pessoais. É como se o Eduardo Campos estivesse se preparando não para um embate político; mas pra uma guerra, com o mais denotativo significado da palavra, onde o principal objetivo seria exterminar o inimigo. Que nesse caso, pela fúria incontrolada do presidenciável, é a própria Dilma.

Esse comportamento agressivo demonstrado por Eduardo, até pode estar sendo absorvido daqueles que o assessoram. Tem lá o Jarbas Vasconcelos, Roberto Freire, Bornhausen, Heráclito Fortes, entre outros. Políticos carrancudos, mal-humorados, detentores de discurso derrotista, que passaram os últimos doze anos a criticar o Brasil e que são, declaradamente, inimigos do Lula da Silva e da Dilma Rousseff, e de tudo que a eles estejam ligado.

E pensar que imaginávamos que seriam as frases prontas e os discursos sem nexos do fhc e do Aécio Neves que fariam a alegria da parcela da sociedade, conhecida como "Coxinhas". Perto das declarações do Eduardo Campos, as dos tucanos são "fichinhas".

Essa frase, por exemplo: "Avisem a Dilma que ela está de aviso prévio", diz mais sobre o novo [ou seria o mesmo] Eduardo Campos e sua trupe que de qualquer pessoa ou governo que ele tenha tentado atingir. 

Mostrar-se como dono do Brasil assinando o aviso prévio da Presidenta, desrespeitando a autoridade máxima do país, repetindo um mantra de superioridade que satisfaz apenas a uma parcela da sociedade que, assim como ele, é incapaz de ver as melhorias produzidas pelo governo petista. Melhorias inclusive, as quais ele está se esbaldando.

Fazer campanha política caçoando da presidenta, utilizando expressões de autoritarismo como se superior a ela fosse, não é o caminho ideal para se vencer a eleição. E o pior, da forma que o Eduardo está sendo “assessorado” corre um grave risco de criar antipatias com seus próprios eleitores.

Vivemos um novo tempo. Não cabe mais no cenário nacional a prepotência de um Sérgio Cabral, o destempero de um Carlos Sampaio e a soberba de um fhc.

Eduardo deveria rever muito do seu comportamento nesse início de campanha. Mudar alguns assessores [quem sabe?]. Caso contrário, corre o risco de ficar marcado como político desagradável. 

Pra quem votou nele duas vezes, como eu, esse é o sentimento que tenho hoje do presidenciável Eduardo Campos: um político desagradável.

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