quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Quando o direito de expressão é violado quem paga é a democracia.

Poucas pessoas estão acompanhando o vergonhoso desenrolar da prisão do repórter e proprietário do Novo Jornal (Minas Gerais). Marco Aurélio Flores Carone foi preso pela polícia civil do Estado na madrugada de segunda-feira, nos fazendo recordar daqueles tempos sombrios da ditadura.


A justiça daquele Estado, pelo que parece, violou de maneira grosseira, o direito de expressão de um veículo de comunicação que decidiu reproduzir reportagens contra o governo de Minas.

Esse fato tem gerado um desconforto entre os que estão acompanhando o caso e uma pergunta tem sido compartilhada nas redes sociais: só pode se for para falar de bem do governo?  

O Novo Jornal (Minas Gerais), na questão de escolher alvos [para atingir], não difere dos demais veículos de comunicação. Globo, Folha, Estadão e Veja, todos os dias dão prova de suas posições de direita, escancarando suas escolhas políticas.

No site da Veja, por exemplo, é fácil descobrir conteúdos preconceituosos e matérias duvidosas contra pessoas do governo de Dilma e Lula, e mesmo assim, não receberam mandado da justiça e nem correram o risco de ter matérias questionadas pelos órgãos de fiscalização da imprensa.

Parcerias, no mínimo duvidosas, entre editores de revistas e contraventores, nunca foram comentadas por essa mesma justiça e por esses mesmos órgãos de imprensa.

Um outro ponto importante para análise sobre os fatos, é sem dúvida a postura dos veículos de imprensa. Sempre tão aguerridos quando um repórter é alvo de violência, quando a seus pares é violado o direito de expressão, quando se fala em Leis de Meios, logo a categoria aparece em defesa de seus direitos. Nesse caso, específico, a imprensa e os organismos de imprensa se calaram!    

Quem deveria questionar a postura da polícia e da justiça, simplesmente a noticiou como se não tivesse nada com isso. Imaginava que ontem e hoje, os "colunistas, pensadores, formadores de opinião" da Grande Imprensa, divulgassem seu repúdio pelo ato. Mas, não ocorreu e pelo jeito não vai acontecer.

Aqui de longe, do meu mundinho insignificante, vejo que a prisão do repórter ocorreu com a intenção de calar-lhe a boca. Diferente do que muitos acreditam, a ditadura ainda não acabou em nosso país.

Essa é a fórmula usada pelos que acham serem donos do poder. Quem ousar falar desse ou daquele governo, daquele político, daquele grupo, sofre as consequências.

Se Marco Aurélio Flores Carone tivesse escolhido, com exclusividade, os políticos do PT para divulgar reportagens duvidosas, caluniosas ou difamatórias, e ainda, se tivesse sido preso por uma polícia de um estado governado por petistas, será que esses mesmos organismos se portariam como estão se portando?

Ao invés de prendê-lo, a justiça deveria ouvi-lo. As denúncias publicadas no Novo Jornal (Minas Gerais), são graves e deveriam ser analisadas. Uma vez verificada a falsidade das denúncias, cabe aos atingidos, o direito de serem indenizados.

Mas a justiça preferiu o último recurso, o cárcere. Aliás, está virando moda no Brasil, àqueles que falarem demais, receberão a privação da liberdade.

Num país onde a população carcerária está além do imaginável, prender homens devido suas ideias é sem dúvida voltar aos anos de chumbo. 

Mais um fato triste que põe em dúvida a credibilidade da nossa justiça, da nossa imprensa e da classe política.

Se o aécio não deve, não deveria temer!
   

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