O povo brasileiro viveu durante séculos estigmatizado como
sendo pequeno, pobre, necessitado, sem futuro, incapaz.
O “complexo de vira-lata” tecia o
comportamento da massa brasileira. Era natural, por exemplo, aceitar as fábricas poluidoras e
destruidoras do meio ambiente que os EUA, Europa e Japão, não queriam em seus
territórios.
Convivíamos com a certeza de
que o Brasil era o quintal dos americanos.
Fazer o quê! Somos um país de
maioria indígena e negra, devemos nos contentar com o que temos e agradecer a
escravidão [digo: a boa vontade], dos países ricos e das instituições econômicas
mundiais.
Quem decidia o que deveria ser realizado no Brasil, as obras e projetos, não era o nosso povo e seus governantes. A decisão vinha, muitas vezes, impostas pelo Banco Mundial, do FMI, governo dos EUA.
Medidas adotadas no nosso país, muitas delas, foram orquestradas na sala de
reunião de presidentes americanos ou na sala do embaixador americano, no Brasil.
O Brasil mudou!
O seu povo descobriu após anos de subserviência
a poderes externos e internos, de completo descrédito e visão pessimista, que a
ele é dado o direito de ir, vir e decidir.
Descobriu que tudo converge para seu bem ou
para seu mal.
Toda decisão governamental envolve o povo. E por isso, por ele ser a parte
fundamental do processo, ele deve e deseja ser ouvido e respeitado pelos que governa esse país.
Essa sensação de integralidade social, de observação de
direitos sociais, de exigir o seu “quinhão”, não surgiu a partir dos “rolezinhos”
nem nas manifestações de junho de 2013.
Essa mudança de paradigma, bem sabem os Sociólogos,
nasceu lá trás.
Esse é o resultado de mais de 20 anos de ditadura, de um
processo de desmoralização da democracia, de uma justiça podre, de uma imprensa
vendida, de uma classe política nefasta, de uma política de segurança repressora e assassina.
A sociedade de um país é fruto das ações cometidas pelos
seus governos. Governo aqui no sentido amplo da palavra.
O povo desse país não mais se sujeitará a mandos e
desmandos. Não mais aceitará o avesso na aplicação das leis e das ações.
O
princípio do convívio entre as classes sociais e as pessoas, entre os poderes e
as pessoas, deve respeitar as leis e principalmente os procedimentos.
Esse hiato entre as classes sociais deve ficar, meramente, no patrimônio econômico.
Barrar pobre, negro, homossexual, ou qualquer pessoa que
seja, em shoppings ou qualquer outro ambiente aberto ao público, não é uma
medida mais tolerável pela sociedade.
O povo descobriu que tem direito a frequentar
esse ou aquele ambiente, independente da sua religião, sua cor, seu endereço,
sua conta bancária, sua opção sexual, seu cabelo, sua vestimenta.
Toda e qualquer declaração que vá de encontro a essa nova
visão social deve ser imediatamente rechaçada pelas autoridades competentes e
punida no rigor das leis. Antes que a própria sociedade, o faça!
Bem vindos senhoras e
senhores, a uma nova era.
A era da Igualdade Social.
Para os que não aceitarem uma convivência harmoniosa entre
negros e brancos, pobres e ricos, homossexuais e héteros, religiosos e ateus,
altos e baixos, nortistas e sulistas, magros e gordos... Se mudem!
Aconselho a se mudar para Marte.
Porque essa nova evolução social é
uma tendência mundial.
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