Em junho de 2013, o Brasil assistiu ao vivo e em cores, a
tentativa de manifestantes em invadir o prédio da prefeitura de São Paulo. Um,
entre milhares de manifestantes, chamou a atenção dos que assistiam aquelas
cenas. Pierre Ramon, filho de um pequeno empresário, aluno da FMU, sem antecedentes
criminais, sem ligação ao Movimento Passe Livre e sem pertencer a qualquer
partido, foi responsável por atos jamais imaginados pelos seus amigos, familiares
e até por ele próprio.
Na última rodada do campeonato brasileiro de futebol de 2013, um vascaíno
bem-humorado, barbeiro do bairro onde mora e ex saxofonista da banda da igreja
evangélica local, agrediu covardemente um torcedor do time adversário. Leone
Mendes da Silva, um pacato cidadão carioca, mostrou ser totalmente diferente daquilo que as pessoas que o conhecem acreditavam dele. A monstruosidade cometida pelo vascaíno impressionou a todos. Uma selvageria que não "condiz com sua personalidade", dizia alguns conhecidos do vascaíno.
O médico Esmálio Barroso, por odiar o PT, comemorou a morte
do governador de Sergipe, Marcelo Déda. Na sua página do Facebook, postou:
"É um PTista a menos no mundo".
Mas, o que levaria um médico a celebrar a morte de uma pessoa? Será que por ser petista, o governador não merece respeito(?); um mínimo de consideração pela dor dos seus familiares e amigos?
Afinal, o que faz três pessoas, aparentemente comuns, como eu ou você, agir de maneira desumana, quase animal?
Três histórias, três atos impensados, três fatos que
deveriam ser avaliados e tomados como exemplos a não ser seguidos em nossas
vidas.
Todas às vezes que o homem perde a razão ele comete
exageros. A tomada de decisões no calor da emoção prejudica não só os que
praticam o ato impulsivo, mas, também pessoas inocentes.
O mais importante a constatar, após o ato impensado, é a
capacidade de que o mesmo homem [fora de si] ao perceber o exagero cometido, o
excesso da força empregada, a insensatez da ação, a desproporcionalidade da
iniciativa tomada, esse mesmo homem ao reencontrar seu ponto de
equilíbrio, aquele lugar onde jamais a emoção falará mais alto que a razão, é nessa hora que surge o arrependimento e
também, as consequências dos atos.
Por isso é importante não se deixar levar pelo calor do momento nem pelos incentivos dos outros. Os outros não responderão pelos atos causados por mim ou por você.
Pierre Ramon, depois da tentativa de invasão da prefeitura,
foi demitido, trancou o curso superior e responde na justiça processo por
depredação do patrimônio público. Leone Mendes da Silva, foi preso e hoje está
em liberdade respondendo processo.
O médico Esmálio Barroso, entre os três protagonistas de
atitudes de descontrole emocional, foi o que mais mostrou o quanto é nobre reconhecer
o erro. Em comunicado enviado a imprensa, declarou 👇
“...peço desculpas pelo
comentário. No momento, não pensei na família nem nos admiradores do governador
falecido. Nunca falei do caráter e competência do Marcelo Déda. Tudo ficou como
uma atitude coorporativista e revanchista. Na verdade, não passou de um ato
precipitado, impensado. Irônico
e maldoso, admito, mas sem o intuito de causar tanto estardalhaço. O intuito
era que ficasse na esfera política, apenas. Nunca imaginei que pudesse causar
tanta indignação. Aos que se sentiram ofendidos, minhas sinceras desculpas. Não
se repetirá...”
Vez em quando é bom pensar antes de agir.
É verdade, todos nós corremos esse risco. Por isso procuro não criticá-los. Eu mesmo, muitas vezes, preciso contar até três pra não cometer um grande erro.
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