Pela primeira vez o PSDB volta atrás e decide aprovar um
programa do governo petista. Causou surpresa a iniciativa do partido. Afinal,
há dez anos os tucanos vêm sendo contra a toda e qualquer medida tomada pelo
governo do PT.
Eles foram contra o ENEM, as Cotas para Universidade, o Mais
Médico, a diminuição da conta de energia (vejam só!), a lei dos Portos, ao
modelo do Minha Casa Minha Vida, a construção da nova malha ferroviária, a modernização
dos portos e aeroportos...
Não importa se o que levou o PSDB a mudar tenha sido o
desespero ou se foi um ato de coragem... O que interessa é que o partido
acordou! Embora, se tomarmos como ponto de análise, a diminuição nos
quadros políticos do partido a cada eleição, certamente percebe-se certo
desespero frente à possibilidade de esvaziamento nos próximos anos.
Esse é o resultado de, ao longo de dez anos, os tucanos se
preocuparem apenas em criticar e desconstruir os projetos e programas petistas.
Esqueceram de criar seus próprios projetos e foram sendo esquecidos pela
sociedade.
Infelizmente, a imagem que temos do PSDB é da P36
(Plataforma da Petrobras) afundando em alto mar. Ou as visitas de FHC ao FMI
para pedir empréstimos. Ou ainda a entrega do patrimônio público, a preço de
banana, como a “venda” da Vale do Rio Doce e do Setor de Telefonia.
Mais atual, a imagem do partido se confunde com a capa dos
livros: Privataria Tucana e o Príncipe da Privataria. Ou com a emblemática
história da Organização Criminosa, que há vinte anos, vinha desviando dinheiro
do Metro de São Paulo, conhecido como Propinoduto ou Trensalão.
Ao apoiar os projetos do Governo Federal, Aécio Neves se
distancia da postura “tacanha” de líderes partidários como: José Agripino,
Roberto Freire, Jarbas Vasconcelos e do seu próprio correligionário Sérgio
Guerra. Todos esses optaram, não só em criticar o Governo do PT, mas se
posicionaram como verdadeiras barreiras, no intuito de derrubar, postergar,
denigrir, destruir com o Governo. Transmitindo a sociedade, que havia mais do
que simplesmente uma ação oposicionista. Demonstravam um ódio de classe.
Qual o resultado desse comportamento senil e autoritário? O
DEM e o PPS estão definhando. Por pouco, Sergio Guerra, não levou o PSDB à extinção,
com sua intransigência. E Jarbas,
conseguiu afundar o PMDB em Pernambuco.
Agora, é certo que só o reconhecimento por parte do PSDB, da
importância dos programas petista no processo de melhoria e engrandecimento da
sociedade brasileira, não basta!
É necessário que o partido levante suas próprias bandeiras,
dê início a seus próprios projetos/programas.
O Aécio poderia, por exemplo, criar um projeto de Regulação
da Mídia. Poderia usar, como base, a Lei de Médios instituída pelo Governo da
Argentina.
O PSDB precisa defender uma proposta de impacto! Criar uma
imagem! Ter a sua marca!
Já pensou ver os caciques tucanos discursar no plenário do
Congresso Nacional, “... não podemos mais permitir que a Globo continue com monopólio
da comunicação...”
Especificamente sobre a Lei de Meios, uma coisa é certa
Aécio Neves: ou o PSDB se apressa em fazer ou aparecerá quem o faça.
Bem provável ser um petista.