No Brasil, muito se fala
em proteção ambiental, produção sustentável e equilíbrio da natureza. Muito tem
se gastado com equipamentos de vigilância para proteger a Amazônia e a Mata
Atlântica, mas é grande a destruição que governos, homens e empresas, estão
causando à natureza.
Impressiona que, vez em
quando, somos surpreendidos com notícias sobre desmatamento, ocupação de área
de Mata Atlântica, por exemplo, com o consentimento do poder público. Uso indevido de áreas que deveriam estar sobre proteção, mas, que nas mãos de políticos são negociadas como um bem particular.
Têm histórias de fazer gelar qualquer pessoa que tenha o mínimo de consciência ecológica.
A compra de uma ilha em Angra dos Reis, pelo ronaldo "fenômeno", a casa do
apresentador luciano hulk, que ocupou área de Mata Atlântica, a vinda de estrangeiros ao Brasil para caçar onça-pintada, as queimadas de florestas para dar lugar a soja, a troca da mata atlântica por plantações de eucaliptos e por aí vai!
Às vezes as autoridades
fecham os olhos para o desmatamento e caça de animais silvestres. É como se no Brasil, houvesse uma mesma lei que proibisse para uns e permitisse para outros. Têm casos que
é permitido tudo, principalmente para os que tenham dinheiro, fama ou poder. E se tiver as três coisas, então, aí o cara consegue até "mamar na onça".
Destruir a mata para construção da mansão de um funcionário da "grobu" ou até
mesmo uma ilha (que pela constituição deveria ser do Estado) ser comprada por
um jogador de futebol afortunado, ou ainda, alguém possa criar eventos do tipo: caça a onça-pintada, bem aqui em
Rondônia ou em qualquer outra parte do Brasil que a onça esteja.
"Nós temos macacos também! Antas e papagaios. Venham caçar e matar nossos animais."
Ironias a parte, a destruição da natureza ocorre em nosso país, principalmente, porque a sociedade brasileira se manifesta sempre, muito tarde sobre esse assunto.
O brasileiro é muito acomodado quando se trata em defender o meio ambiente.
Vejam essa história, por exemplo. Uma dessas histórias que serve como reflexão.
Na cidade de Paulista –
PE, o poder público destruiu grande parte da floresta atlântica. Quilômetros e
quilômetros de florestas foram destruídos. Centenas de milhares de árvores
vieram ao chão. Várias nascentes foram soterradas, vários animais de várias espécies foram mortos.
Onde antes havia mata, agora existem moradias, casas comerciais,
indústrias e toda sorte de modernidade.
Nesse processo de crescimento social a natureza perde, mas, muitos
ganham. E como ganham!
Após anos de destruição da floresta, em Paulista (PE), quando o governo estadual precisou usar parte de um terreno para construção de um Terminal Integrado de Passageiros (TIP), havia no caminho do progresso, duas árvores gigantescas, impedindo a construção do terminal.
Todas as outras árvores tinham sido derrubadas há anos. Mas, ficaram essas duas.
Quem foi que esqueceu de derrubá-las?
Para quem destruiu uma floresta inteira, o poder público não via problema algum por no chão duas arvorezinhas.
"Se enganou com a cor da chita."
Vários ambientalistas e moradores do município e de cidades vizinhas fizeram passeatas
contra o governo, contra a derrubada das duas árvores.
Todos diziam ser um sacrilégio, uma afronta a natureza. "Como podem
querer destruir essas duas pobres árvores frondosas e centenárias?"
Deram o abraço simbólico, fizeram passeata pela cidade, manifestantes
foram presos, a prefeitura chegou a ser invadida pelos manifestantes. O trânsito parou por vários dias, no
entorno onde estava sendo construído o TIP.
Graças aos deuses da mata, todo aquele alvoroço teve resultado. A construção do terminal só
foi realizado após assinado documento no qual o poder público se
comprometia em preservar as duas grandes árvores.
As duas receberam, inclusive, o título de patrimônio municipal.
E vivem protegidas dentro do terminal integrado de passageiros.
Incomodadas, talvez, pela zoada dos ônibus, mas, felizmente, salvas.
Onde será que estavam essas pessoas quando o Estado pôs ao chão toda uma floresta?
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