Chegou o grande dia tão esperado (14:00 de 18/09/2013). Hoje iremos ouvir o voto
do Ministro Celso de Mello. Afinal, os embargos infringentes serão ou não,
aceitos.
Desde a semana passada, formou-se uma campanha a favor e contra os
embargos. Diria que, mais contra que a favor. Os meios utilizados pelos que não
aceitam um “novo julgamento”, foram dos mais baixos e agressivos possíveis.
Teve “formador
de opinião” a dizer que seria o fim do Brasil, caso o Ministro Decano aceitasse
os embargos.
Houve ministro do STF, que embora já tenha dado seu voto, expôs em jornal de grande circulação, as razões e
perigos para o STF caso o Ministro Celso de Mello vote a favor dos embargos. É o chamado ministro colunista.
Tudo foi feito nos últimos dias, por parte dos que desejam,
anseiam, esperam ver o José Dirceu algemado e preso.
Não se iludam caros companheiros. Para muitos desses que se desesperam a pedir punição exemplar contra
mensaleiros, existe sim, um único sonho de ter o ex-ministro de Lula na capa da Veja e
da Época, moribundo.
Mas o Ministro Celso de Mello, pelo que parece não faz
parte daquele grupo preocupado em atender os anseios
dos barões da mídia e de setores elitizados da sociedade. Ainda tem gente que não se "abestalha" com os holofotes da mídia, as luzes das câmaras filmadoras.
Para desespero dos corvos midiáticos, Celso de Mello, começa o seu voto
dizendo aquilo que deveria ser averiguado por todos, inclusive pelos próprios corvos:
"O STF não pode
se expor a pressões externas, como as do clamor popular e pressão das
multidões, sob pena de abalar direitos e garantias individuais e a aniquilação
de inestimáveis prerrogativas que a norma jurídica permite a qualquer réu
diante da instauração em juízo do devido processo penal."
E o Ministro segue dando uma aula de direito e principalmente
de caráter. Acredito que tem gente que está nesse momento se contorcendo na
cadeira, tamanha foram as artimanhas tentando confundir a
opinião pública.
Vejam o que o Ministro falou:
“Os juízes não podem deixar contaminar-se por
juízos paralelos resultantes de manifestações da opinião pública que objetivem
condicionar a manifestação de juízes e tribunais. Estar-se-ia a negar a
acusados o direito fundamental a um julgamento justo. Constituiria manifesta
ofensa ao que proclama a Constituição e ao que garantem os tratados
internacionais."
Não
adianta querer um ministro ou juiz, se basear meramente em recortes de jornais
ou matérias falaciosas de revistas ou ainda textos maculados de “colunistas” de
reputação duvidosa.
Julgar, qualquer que seja o cidadão, é muito mais que desejar
sentenciá-lo ou inocentá-lo.
Pode-se jogar no lixo o nome e a história de um
organismo público como STF. O Ministro Celso Mello, mesmo após pressão sofrida
nos últimos dias, dá sua contribuição para o fortalecimento da democracia
brasileira.
Conheço
muita gente, até ministros do próprio Supremo, que não suportaria tanta
cobrança “popular”. Interessante que a mídia quando ela quer, ela se
transforma, se alto intitula povo. Mas, só quando lhe é conveniente. Onde você ler "cobrança popular" entenda por cobrança da mídia, da elite e da oposição.
“Nada
se perde quando se cumpre a lei”.
Essa frase é o resumo da ópera!
Essa
frase destoa de tudo que aconteceu nesse julgamento. Durante todo tempo, não
foi a Constituição a base para muitos dos discursos proferidos por alguns ministros.
Percebia-se uma ação política mais que técnica. Via-se certa ironia na voz, por
parte de alguns, ao proferir seu voto, entendimento ou parecer. Havia um certo prazer em punir.
"Tenho para mim que ainda subsistem no âmbito do STF nas
ações penais originárias os embargos infringentes previsto no regimento...”
Essa dúvida ficou pairada em
nossas mentes. Por que os embargos infringentes valeram antes e agora (pra
esse caso) não?
Enfim, o Ministro Celso de Mello, aceita os embargos.
Com isso, onze réus do
chamado Mensalão, terão direito a terem revistos o processo criminal.
O
Ministro Celso Mello, dá sua contribuição para o fortalecimento da democracia
brasileira e diferentemente do que alguns queiram fazer acreditar a opinião pública, o
Brasil na verdade se fortalece com essa decisão, porque não se pode tirar
direitos, julgar pela cara ou macular a imagem do Supremo com erros.
“Ninguém.
Absolutamente ninguém pode ser privado de seu direito de defesa ainda que se
revele antagônico o sentimento da coletividade”.
Parabéns ao Ministro
Celso de Mello!
Parabéns
ao Brasil e seu Supremo Tribunal Federal, que se renova.
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