Quatro personagens de um episódio da vida cotidiana cada
vez mais comum de acontecer em qualquer cidade do Brasil. As discussões de
trânsito tem sido o motivo pelo qual, milhares de brasileiros, de todas as
idades e sexo, estão sendo mortos. E por isso chama atenção, por não ser devido a desastre propriamente
dito, e sim pela discussão entre motoristas e passageiros envolvidos. Ou seja,
se não houver mortes devido a batida entre os automóveis, há grandes
possibilidades de ocorrer homicídios, por meio das discussões entre as partes.
Quatro personagens se envolveram num homicídio que tinha
tudo para não acontecer. João, policial militar, Pedro e Djanira, e o quarto
que morreu ao receber uma bala no peito, Sebastião.
Obs: está sendo usado nomes fictícios.
O carro de João (policial militar) bateu no carro de Pedro,
que vinha dirigindo em companhia de Djanira. A colisão aconteceu numa via, próximo
a uma região de venda de drogas.
João decidiu não parar no local e foi seguido por Pedro, até
os dois pararem num posto de gasolina, em lugar seguro. Local “propício” para
haver um diálogo entre os dois motoristas.
Uma vez verificado os estragos provocados pela batida nos dois carros, notou-se que tinha sido
pouco o prejuízo, tanto no carro do João como no carro do Pedro. Não havia
necessidade para agressão ou qualquer ato de violência.
João se mostrou o tempo todo solícito. Mas, Pedro, enquanto os dois homens conversavam, Pedro se mostrava sempre com muita arrogância, a
Djanira tentava quebrar o carro do João (do policial militar). Ela chutava o carro
do militar, que até então não havia dito que era policial.
Pedro liga pra um “amigo”, o Sebastião. Provavelmente conta-lhe
sua versão da história. Certamente não diz que optou por uma linha agressiva,
tanto ele como a Djanira, no processo de diálogo com o militar.
Sebastião era forte. Imaginava, talvez, que seu corpo forte meteria medo em
quem se atrevesse a enfrenta-lo. Iria comprar aquela briga do “amigo”, mesmo sem
saber quem tinha razão, quem estava provocando um conflito. Mesmo sem saber
quem era aquele motorista que arranhou o carro do Pedro. Ele iria comprar
aquela briga, afinal, amigo é pra essas coisas.
Após sofrer várias agressões física e moral, tanto do Pedro
quanto da Djanira, o policial João, se
vendo acuado, em perigo após a chegada de Sebastião, que já chegou tomando
partido, sem nem querer saber do ocorrido. João, o policial militar, entrou
no carro e disparou contra seus agressores. Uma das balas atingiu Sebastião,
que veio a óbito imediatamente.
Sebastião estava a caminho de uma instituição de ensino,
onde fazia um curso de aperfeiçoamento, quando recebeu a ligação do “amigo”
Pedro. E morreu, por sua burrice! Ele poderia ter dito a Pedro: não posso, estou atrasado para o curso. Mas, preferiu entrar de cabeça numa briga que não era sua.
Djanira, embora tivesse a capacidade de evitar tudo aquilo,
agiu como a principal responsável pelo agravamento da situação. Ao chutar o
carro do policial, Djanira estava incentivando Pedro a não ser maleável com João,
a não ser amigável, não aceitar desculpas. O preço pelos arranhões no carro
de Pedro, deveria ser pago, não só financeiramente, mas, com a destruição do
carro de João e principalmente com a humilhação. Era isso! João (o policial)
deveria ser humilhado publicamente.
Pedro, talvez embasbacado por Djanira, imaginou que seria a
ocasião para mostrá-la que era HOMEM. Por maior que fosse o esforço do João, o
policial, para que tudo fosse resolvido por meio do diálogo, ainda assim, não
havia acordo. A Intolerância total de Pedro, levou a esse absurdo.
Djanira e Pedro, ao verem o Sebastião baleado e caído, saem
em disparada que nem mesmo bala os alcança. Os mesmos covardes que atiçaram
para a ocorrência do evento trágico, os mesmos brigões que não estavam nem aí
pra o diálogo, os mesmos valentões que chamaram Sebastião para a morte, agora
corriam tão velozes e tão medrosos que não suportaram ouvir o estampido do
revolver do policial militar.
João após desferir tiros e acertar o Sebastião, fez o que
qualquer pessoa sensata faria. Ligou para emergência e para seu superior. Entre os quatro personagens, o que mostrou ter mais cabeça, precisou usar seu último subterfúgio. Infelizmente!
Essa história tem muito o que ensinar a todos nós. Não podemos continuar imaginando que somos maiores e melhores que os outros, não podemos subjugar o outro. Cada pessoa tem suas armas para serem usadas sempre que se sentirem ameaçadas. O diálogo ainda é o mais importante meio para solucionar problemas.
Pedro e Djanira erraram. E erraram muito!
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